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Sem coligação, Marina libera alianças estaduais da Rede nas eleições

Partido tem como meta eleger o maior número de deputados federais para ultrapassar a cláusula de barreira

atualizado

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Marina SIlva
1 de 1 Marina SIlva - Foto: Michael Melo/Metrópoles

A pouco mais de uma semana da convenção nacional e ainda sem partidos em sua coligação, a Rede liberou os diretórios estaduais para tocarem suas próprias alianças, e já trabalha com a possibilidade de palanque duplo em alguns Estados nas eleições 2018. O partido entende que a prioridade, além de eleger Marina Silva presidente, é garantir a sobrevivência da sigla elegendo um número suficiente de deputados federais para ultrapassar a cláusula de barreira – um mínimo de nove em nove Estados.

Em ao menos sete diretórios as negociações passam por seis siglas – PT (partido do qual Marina já fez parte e agora é crítica a ele), PCdoB, Podemos, PRTB, PPL e PSC – que têm pré-candidatos próprios ao Planalto. Além deles, PPS e PSB, que apesar de ainda não terem anunciado apoio oficialmente, estão mais próximos de outros presidenciáveis. “Ainda que por ventura tenhamos discordância, o partido tem autonomia para tomar suas decisões (locais) levando em consideração a avaliação do próprio Estado”, disse Marina nesta segunda-feira, 23, em entrevista coletiva.

O diretório da Rede em Santa Catarina, que pretende lançar o professor Rogério Portanova ao governo, também admite conversas com PPS, PPL, Podemos e PCdoB – dos presidenciáveis João Vicente Goulart, Alvaro Dias e Manuela d’Ávila, respectivamente. O próprio Portanova participou de um encontro suprapartidário com Dias há duas semanas e disse que “não tem problema nenhum em ter mais de um presidenciável”.

“O ideal é priorizar a candidatura de Marina, mas eles sabem que se for melhor para a Rede no Estado, pode-se admitir (duplo palanque)”, disse o porta-voz no Estado, Nelson Zunino.

No Espírito Santo, o porta-voz André Toscano traça cenários em que candidatos locais participem de eventos com Marina Silva e Manuela d’Ávila. “Pode acontecer que a gente consiga, por exemplo, acomodar o PCdoB com a candidatura a deputado estadual e senador. Não precisa ser governador. Aí a gente consegue acomodar a Manuela no palanque”, afirmou. No Estado, a Rede conversa ainda com PV, PHS e PSC.

A dificuldade da Rede em fechar alianças também reflete nas negociações com o PSB nos Estados. No Distrito Federal e no Amazonas, os diretórios estaduais desistiram de lançar pré-candidatos ao governo em troca de uma aliança com o PSB, visando aproximar as siglas nacionalmente – o que acabou não ocorrendo. “O PSB está dividido, mas no Amazonas estamos em harmonia. Eles aqui são ‘marineiros’, não querem votar no PT e muito menos no Ciro Gomes (PDT)”, disse o coordenador do diretório amazonense, João Lúcio.

Já o PPS, apesar de o presidente da sigla, deputado Roberto Freire (SP), declarar apoio ao presidenciável tucano, Geraldo Alckmin, pode estar em ao menos três coligações com a Rede – em Rondônia e Santa Catarina. O partido apoiou Marina em 2010 e 2014 e o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) já chegou a dizer que Freire seria “um bom vice” neste ano.

Ao menos em Rondônia, a chapa Rede-PPS está mais próxima de se concretizar. “Estamos bem afinados. Está praticamente acertado. Para nós, não vejo nenhum problema em dividir palanque com Marina ou outro nome com quem o PPS decida coligar nacionalmente”, disse o presidente da sigla no Estado, Jaime Kalb.

Em Pernambuco, o pré-candidato da Rede, Júlio Lóssio, negocia apoio ao PT, um partido da “polarização”, como integrantes da Rede costumam se referir à legenda. “Penso que as questões regionais têm que ser respeitadas”, afirmou Lóssio, que admite a possibilidade de sair como vice na chapa da vereadora do Recife Marília Arraes, caso o PT decida mesmo lançá-la candidata ao governo.

Vice
Marina citou nesta terça-feira, 24, o economista Ricardo Paes de Barros, idealizador do Bolsa Família, como um possível nome para ser vice em sua chapa. Ele é filiado à Rede e colabora com a campanha da pré-candidata.

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