Se eleito, Geraldo Alckmin (PSDB) pretende acabar com a EBC
Pré-candidato à Presidência, o tucano afirmou que empresa pública de comunicação “não tem sentido”. “É a TV do Lula”, disse
atualizado
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O governador de São Paulo e pré-candidato à Presidência da República, Geraldo Alckmin (PSDB), afirmou que, se eleito em 2018, fechará a Empresa Brasil de Comunicação (EBC). Em entrevista ao Jornal da Manhã, na Rádio Jovem Pan, nesta quarta-feira (27/12), o tucano classificou a estatal como “a TV do Lula”.
“Se eu for presidente, vou fechar e acabar com isso. Não tem sentido nenhum. É a TV do Lula. Gasta um dinheirão, tem milhares de funcionários e não dá audiência”, defendeu o político, ao ser questionado sobre políticas de privatização. Para Alckmin, a estatal onera o Estado sem, contudo, trazer retorno financeiro.
Criada em 2007 pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a EBC herdou os canais de rádio e TV geridos pela Radiobrás a Associação de Comunicação Educativa Roquette-Pinto (Acerp). A empresa tem hoje um quadro de cerca de 2.500 funcionários.
Este ano, segundo dados do Orçamento disponíveis no site do Senado Federal, a estatal representou uma despesa de R$ 517 milhões aos cofres públicos. Desse total, R$ 353 milhões foram gastos com pessoal.
Durante o governo Temer, a empresa de comunicação foi o centro de polêmicas envolvendo a presidência do órgão. Em maio de 2016, o peemedebista demitiu o jornalista Ricardo Melo da direção da EBC. Melo conseguiu retornar ao cargo por decisão judicial, mas acabou exonerado em definitivo, após uma liminar do Supremo Tribunal Federal (STF) ser derrubada.
O seu substituto, Laerte Rimoli, deixou o cargo em dezembro deste ano, depois de publicar, em seu perfil pessoal nas redes sociais, piadas racistas envolvendo a atriz Taís Araújo.
Vinculada à Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, a EBC administra veículos como a TV Brasil e Agência Brasil, além de ser a responsável por produzir o programa de rádio “A Voz do Brasil”.
Previdência
Na mesma entrevista, o governador de São Paulo afirmou que a reforma da Previdência é uma “questão de justiça” e criticou o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun (PMDB), quem admitiu nesta terça (26) que o governo “espera reciprocidade” na liberação de recursos federais a governadores e prefeitos, em troca de apoio ao projeto para alterar as regras de aposentadoria.
“Acho que foi equívoco do ministro e tenho certeza que ele vai corrigir isso, porque não pode uma instituição financeira vincular liberação de financiamento a órgão público à votação de parlamentares. É um retrocesso”, afirmou o tucano. Alckmin reforçou que o PSDB é favorável à reforma.
Prévias
O governador defendeu que as prévias dentro do PSDB para definir os candidatos aos cargos majoritários na eleição de 2018 aconteçam antes de março. Esse é o prazo final da janela partidária, data-limite para os políticos poderem mudar de partido antes do pleito eleitoral.
Alckmin é um dos candidatos tucanos à Presidência da República. Dentro da mesma legenda, no entanto, outros políticos – como o prefeito de São Paulo, João Doria, e o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio – também anunciaram intenção de concorrer ao posto.