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Pré-candidatos criticam acordo de Geraldo Alckmin com o Centrão

Juntos, as siglas do grupo somam 164 deputados e agregam quase cinco minutos por dia no horário eleitoral

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1 de 1 Michael Melo/Metrópoles - Foto: Michael Melo/Metrópoles

Um dia após o acordo entre o presidenciável Geraldo Alckmin (PSDB) e o Centrão, bloco composto por DEM, PP, PR, PRB e SD, pré-candidatos usaram as redes sociais para condenarem a aliança que dá ao tucano o maior tempo de TV nas eleições 2018. Juntos, as siglas do Centrão somam 164 deputados e agregam quase cinco minutos por dia no horário eleitoral.

O senador Alvaro Dias, presidenciável pelo Podemos e cogitado como vice na chapa de Geraldo Alckmin em diversas ocasiões ao longo da pré-campanha, afirmou que não estava arrependido da decisão, conforme disseram lideranças partidárias em entrevistas.

Ao Estado de São Paulo, Dias afirmou que o presidencialismo de coalizão fracassou no Brasil e vive uma crise sem precedentes. “Não creio que a solução seja esse amontoado de siglas em nome de tempo de TV que, muitas vezes, é para dar explicações das próprias incoerências mais do que apresentar propostas que dizem respeito ao interesse nacional”, afirmou. “Essa coalizão de siglas é a fotografia do sistema fracassado que devemos substituir, um monstro que tem de ser combatido”, completou.

Em evento com militares no Rio de Janeiro, o deputado federal Jair Bolsonaro (PSL) foi irônico ao falar sobre o acordo. “Quero parabenizar o Alckmin. Ele reuniu a nata de tudo que não presta no Brasil ao lado dele”, afirmou, segundo o jornal O Globo. Guilherme Boulos, oficializado pelo PSOL na tarde deste sábado (21/7), como candidato do partido à Presidência, afirmou que o Centrão é a soma de partidos “sem nenhum projeto político”. “Se unem nos negócios, no balcão que troca apoio parlamentar por cargos. Ninguém que se aliar com eles poderá oferecer algo novo ao País”, escreveu no Twitter.

Sem falar diretamente sobre o acordo selado, Marina Silva publicou um vídeo na quinta em suas redes sociais dizendo que sua campanha não faria alianças “oportunistas” nem “eleitoreiras”. “Nosso compromisso é com os 200 milhões de brasileiros”, afirmou.

Pré-candidato do Novo, o empresário João Amoêdo publicou um vídeo no Instagram afirmando que não há nenhuma novidade no acordo entre o tucano e o Centrão. “Temer, Alckmin, é tudo igual, é a velha política. Em troca de alguns minutos do horário eleitoral, Alckmin se alia a ex-presidiários como o Valdemar da Costa Neto e o Roberto Jefferson (ambos condenados no mensalão)”, afirma.

Em seguida, Amoêdo disse que a aliança favorece quem busca “mordomias” como jatinhos, assessores e negociatas. Por fim, pede que a população desligue a televisão durante o eleitoral e faça a renovação nas urnas.

O PDT de Ciro Gomes esteve bem próximo de consolidar o acordo com o Centrão mas, quando o grupo “mudou de lado”, adotou outro discurso. O presidente da sigla, Carlos Lupi, ao ser questionado se não tiraram o doce da boca da criança, respondeu que “o doce poderia estar estragado”. Agora, Ciro mantém as negociações com PSB e PCdoB e tenta buscar aliados na esquerda.

Entenda o acordo
As negociações entre o Centrão e os pré-candidatos duraram semanas e estiveram muito próximas de um desfecho diferente. Em um momento, o contexto levava a crer que os partidos apoiariam Ciro Gomes. Segundo apurou o Estado, declarações de Ciro como o xingamento contra uma promotora e a injúria racial contra o vereador paulistano Fernando Holiday, do DEM, teriam pesado contra o pedetista. O discurso econômico, diferente do que defende boa parte dos liberais do Centrão, também teria sido desfavorável ao pré-candidato.

O bloco dos cinco partidos ofereceu Josué Gomes (PR), filho do ex-vice-presidente José de Alencar, como vice na chapa de Geraldo Alckmin, além de ter exigido a recondução de Rodrigo Maia, do DEM, à presidência da Câmara dos Deputados, caso o deputado e Alckmin sejam eleitos. O acordo deve ser anunciado oficialmente apenas na quinta-feira (26/7).

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