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Por alianças pró-Haddad, PT cogita flexibilizar programa de governo

Pontos do programa, elaborado sob a batuta de Lula, serão alterados. Atuação do BC e idade mínima para aposentadoria estão na lista

atualizado

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1 de 1 haddad1 - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

Logo na largada da campanha no segundo turno, o PT prepara uma flexibilização de seu programa de governo com o objetivo de ampliar alianças em torno de Fernando Haddad, candidato à Presidência da sigla. Os recuos se darão em pontos considerados sensíveis do programa, elaborado sob o comando do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Entre os pontos, está o recuo de Haddad em relação à proposta de convocar uma Assembleia Constituinte, alvo de críticas dentro do próprio PT. Outro tópico é a defesa que o candidato fez, em debate na TV Globo antes da votação em primeiro turno, de se criar faixas de idade mínima para aposentadoria, promessa que não consta do programa petista.

A proposta é objeto de estudos da equipe de economistas responsável pelo programa de governo. O grupo avalia a adoção de recortes regionais e por faixa de renda dos trabalhadores.

Segundo auxiliares e interlocutores do ex-prefeito, ele também é contra a proposta de adoção de um regime dual no Banco Central (BC) que consta do programa de governo. O texto registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) diz que além da inflação, a política de taxa de juros do BC deve ter como meta a criação de empregos. Auxiliares do candidato dizem que ele discorda da proposta e é “conservador” em política macroeconômica.

Nesta terça-feira (9/10), Haddad admitiu que pode rever pontos do programa de acordo com as alianças. “Ontem (segunda-feira) anunciamos uma reformulação no nosso programa de governo que estava gerando uma questão, a proposta de Constituinte. Não tenho nenhum problema com isso. É uma maneira de dizer para a sociedade que estamos aqui para aperfeiçoar o nosso programa”, afirmou.

Haddad também passou a adotar discurso sobre segurança pública, uma cobrança que era feita por integrantes do partido. O petista disse que, se eleito, vai colocar a PF para atuar no combate ao crime organizado.

Alianças “pragmáticas”
A estratégia do PT é tentar fechar alianças que considera “programáticas”, apenas com os partidos de centro esquerda, como PSol, PSB e PDT, com os quais existe afinidade.

O PSol, primeiro partido a declarar apoio a Haddad, conseguiu o compromisso do candidato com quatro pontos do programa de Guilherme Boulos: punição a empresas que desrespeitam a igualdade salarial entre homens e mulheres, combate aos privilégios na Previdência, ampliação do Minha Casa, Minha Vida e demarcação de áreas indígenas.

Para o professor de direito constitucional Marcelo Figueiredo, da PUC-SP, o segundo turno vai forçar tanto Jair Bolsonaro (PSL) quanto Haddad a mudar o discurso e ajustar propostas, seja para angariar novos apoios ou para apresentar mais detalhes sobre as propostas. “Os dois já alteraram uma perspectiva de mudança na Constituição: antes, falavam em Constituinte, agora, falam em reforma. Esse foi o primeiro ajuste”, diz.

Segundo ele, as calibragens no discurso devem ocorrer, no máximo, até a semana que antecede a votação do segundo turno. “Se eles fizerem um movimento muito brusco, isso pode ter consequência nas eleições. A uma semana do pleito, isso é suicídio”, afirmou.

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