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Pesquisa aponta que 81% dos eleitores preferem quem não tem mandato

Conforme ressaltou especialista, não haverá, porém, uma ampla renovação, pois a maioria dos eleitos é filho ou parente de quem está no poder

atualizado

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1 de 1 Urna eletrônica - Foto: TSE/Divulgação

Apesar de as pesquisas continuarem detectando um desejo de mudança, a oferta será inferior à demanda por renovação. Essa é a opinião de Renato Meirelles, coordenador do Instituto Locomotiva – que tem feito levantamentos sobre o comportamento dos eleitores.

Em uma pesquisa a ser divulgada ainda nesta semana pelo instituto, 81% dos eleitores declararam preferir votar em quem não exerce mandato. Apesar disso, a tendência não é a de renovação. “Esse número reflete a demanda eleitoral, mas ela não será representada. O que vai ser apresentado ao eleitor é uma nova roupagem dos políticos velhos. Em razão das regras eleitorais e dos recursos financeiros escassos, o eleitor não vai encontrar as opções de renovação”, analisou Meirelles.

Não significa, com isso, dizer que novos nomes não serão eleitos. Historicamente, o índice de substituição no Congresso beira os 50%. “O que acontece não é uma renovação. Os eleitos são filhos, parentes ou apadrinhados daqueles que já estão no poder”, disse o cientista político Vitor Oliveira, da agência Pulso Público.

A realidade
A “ficha caiu” entre os grupos de renovação – inseridos nos cursos de formação do RenovaBr e da Raps. O discurso já é mais cauteloso. “Essa é a nossa primeira eleição. O projeto é para 10 anos”, ressaltou o coordenador do Acredito, Zé Frederico. “O sistema construiu barreiras, mas esse é apenas o início de um processo”, afirmou o coordenador do Agora!, Leandro Machado.

Para o coordenador do Instituto Brasil@21, Pedro Henrique de Cristo, os movimentos “estão na fronteira de ser engolidos”. Para ele, é preciso administração e foco nas campanhas que realmente têm chance. Já para o supervisor do Livres, Paulo Gontijo, os partidos são impermeáveis à renovação. “O jogo é feito para não renovar. Temos o receio de servir para compor chapa e maximizar as chances de velhos políticos”, pontuou Gontijo.

A necessidade de cooperação e organização parece um ponto comum entre os grupos. Carlota Mingolla, de 36 anos, já postulante ao cargo de vice-prefeita de São Paulo pela Rede, na chapa de Ricardo Young, percebeu essa realidade e decidiu atuar para qualificar seus pares. “O caminho natural era que eu saísse candidata nessa eleição. Mas acabei desistindo. Penso poder atuar melhor nos bastidores, propondo debates internos e trabalhando pelo fortalecimento das ideias, projetos e pela formação de lideranças”, assinalou Mingolla.

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