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PDT deve anunciar “apoio crítico” a Haddad no segundo turno

Posição se deve à manobra, orquestrada com aval de Lula, que atrapalhou as negociações da sigla com PSB, prejudicando Ciro Gomes

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Antonio Cruz/ABr
Imagem do ministro da Previdência, Carlos Lupi, falando ao microfone em audiência
1 de 1 Imagem do ministro da Previdência, Carlos Lupi, falando ao microfone em audiência - Foto: Antonio Cruz/ABr

Após se reunir com Ciro Gomes na manhã desta segunda-feira (8/10) em Fortaleza (CE), o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, afirmou que o partido deve anunciar “apoio crítico” à candidatura de Fernando Haddad (PT) no segundo turno. O objetivo é o partido se colocar contra Jair Bolsonaro (PSL) no pleito, mas sem aderir completamente à plataforma petista, que teria prejudicado as negociações do PDT com o PSB em torno da campanha presidencial de Ciro.

Contra Bolsonaro, a sigla deve punir filiados ou candidatos que manifestarem apoio ao presidenciável do PSL. Mas a decisão ainda será sacramentada, provavelmente durante a reunião da Executiva Nacional da legenda, marcada para acontecer em Brasília, nesta quarta-feira (10). Na ocasião, o partido irá definir que não terá cargos em uma eventual gestão petista. “Não queremos nenhum cargo em lugar nenhum”, disse Lupi à reportagem.

A opção pelo apoio crítico se deve à manobra, orquestrada com aval do ex-presidente petista Luiz Inácio Lula da Silva, que atrapalhou as negociações de apoio do PSB à candidatura de Ciro ainda durante o primeiro turno. O caso foi encarado como uma rasteira do PT no PDT. Na ocasião, os petistas retiraram candidaturas em outros estados para não atrapalhar nomes do PSB que disputavam os mesmos cargos. Em troca, os socialistas se comprometeram a ficar neutros no primeiro turno, em vez de apoiarem o presidenciável do PDT.

Além disso, Lupi defende que Ciro Gomes lance um movimento por uma nova candidatura, visando 2022, já após a definição do novo presidente em outubro. “Isso sou eu que estou insistindo. Para que Ciro já se candidate a presidente para 2022, mas ele não está convencido”, contou.

Sem unanimidade
Porém, a opção de apoiar Haddad, ainda que de forma crítica, não é unanimidade no PDT. “A posição mais saudável para o Ciro neste momento é dizer que vai tapar o nariz, escolher o seu candidato, mas não vai recomendar ninguém. Isso não é fugir à decisão, é assumir uma posição de liderança para o próximo pleito”, defendeu o deputado federal Mario Heringer (PDT-MG), reeleito para mais um mandato na Câmara.

Na avaliação de alguns pedetistas, Ciro não conseguiu chegar ao segundo turno justamente porque parte do eleitorado enxergou muita proximidade entre a campanha do PDT e o PT, de Lula. E se posicionar em favor do petista enfraquece ainda mais a postura de liderança de Ciro Gomes para a próxima eleição. “Temos que fazer uma oposição responsável a qualquer um dos dois e não dar apoio”, defendeu Heringer.

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