Nos últimos 10 anos, país andou para trás, diz Alckmin
Declaração do pré-candidato à Presidência foi feita em festa de 30 anos do PSDB, marcada pela ausência de tucanos de peso, como FHC e Dória
atualizado
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O Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) comemorou nesta terça-feira (26/6) seus 30 anos com um ato político esvaziado, marcado pela ausência de tucanos de peso, como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o ex-prefeito João Doria, pré-candidato ao governo de São Paulo.A festa tucana se resumiu a um filme em que foram mostrados os momentos importantes do PSDB, além de um discurso do ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin, presidente da legenda e pré-candidato ao Palácio do Planalto.
No vídeo, Alckmin diz que nos últimos 10 anos o país andou para trás. “Chegou a hora de o Brasil dar um novo salto”, afirmou ele, em tom de campanha. Mais tarde, em discurso, o ex-governador de São Paulo admitiu estar em busca de aliados. “Uma andorinha só não faz verão. Não é aliança para ganhar eleição de qualquer jeito, mas para governar”, argumentou, ao prometer que, se eleito, encaminhará rapidamente ao Congresso, em janeiro de 2019, as chamadas “reformas estruturantes”, como a tributária e a da Previdência.
Logo em seguida, porém, o ex-governador afirmou que a sigla também precisa economizar. “Eu não sou festeiro, sou prático. Não estamos em fase de ‘gastação’ de dinheiro, mas o filme presta uma homenagem a todos eles”, emendou.
Aécio Neves
Réu na Operação Lava Jato, acusado de corrupção passiva e obstrução da Justiça, o senador Aécio Neves (PSDB-MG), ex-presidente da legenda, aparece apenas de passagem no filme sobre os 30 anos do sigla, bem mais jovem e ao lado do avô Tancredo Neves. Um locutor em off diz ali que o PSDB é “o resultado de uma soma de biografias nunca repetida na história do Brasil”.
Na quinta-feira (21/6), Aécio participou de um jantar na residência oficial do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). O encontro foi registrado em primeira mão pelo Metrópoles. A possibilidade de substituir Alckmin por Doria na chapa presidencial do PSDB, unindo o MDB e o DEM em torno desse novo candidato, foi o principal assunto do encontro, que também reuniu o presidente Michel Temer e o ministro de Minas e Energia, Moreira Franco.
O governo, a cúpula do MDB e setores expressivos do DEM têm simpatia por Doria, mas, apesar dos problemas enfrentados por Alckmin – estagnado nas pesquisas de intenção de voto -, a mudança de candidato é considerada remota.
Ao ser indagado pela reportagem, nesta terça-feira (26/6), sobre o que achou da reunião na casa de Maia, fora da agenda oficial, Alckmin abriu um sorriso. “Santo Antônio de Pádua já dizia: ‘Quando não puder falar bem, não diga nada'”, respondeu ele, lembrando frase usada por seu pai.