Na TV, Bolsonaro se emociona com a filha; Haddad pede união pelo país
Presidenciáveis dispõem no segundo turno de igual tempo para exposição no rádio e na TV
atualizado
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Candidato do PSL à Presidência da República, Jair Bolsonaro aproveitou o tempo maior de programa eleitoral na TV para manifestar seus agradecimentos à vida – em alusão ao atentado do qual foi vítima – e aos votos recebidos no primeiro turno. Também procurou humanizar a própria imagem, inclusive com apresentação de sua trajetória política, e dirigiu ataques ao Partido dos Trabalhadores.
Em trecho da peça exibida no começo da tarde desta sexta-feira (12/10), o presidenciável intensificou o esforço de aproximação ao eleitorado feminino ao relatar, com olhos marejados e voz embargada, a experiência pessoal de ter uma filha após desfazer uma vasectomia.
“Mudou, sim, e muito, a minha vida, com a chegada da Laura. Agradeço a Deus e à minha esposa”, declarou o postulante ao Palácio do Planalto, ao destacar a “realização” da mulher quando se torna mãe. De acordo com o representante do PSL na corrida ao Executivo nacional, a decisão ocorreu até para a manutenção do casamento. A declaração é um contraponto ao discurso feito anteriormente, quando classificou o nascimento da filha como uma “fraquejada”.
Bolsonaro afirmou que é hora de o Brasil se unir e eleger um presidente que vai fazer o país crescer e melhorar “de verdade”. O programa na TV exibiu imagens de lideranças do PT associadas a países da América Latina em crise, como Venezuela e Cuba, e destacou o que considera ser “um sinal de alerta” para o que os brasileiros não desejam. Em depoimentos colhidos entre eleitores, foram mencionadas críticas ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com ênfase ao fato de ele estar preso em Curitiba, no âmbito da Operação Lava Jato.
Fernando Haddad
Já a inserção do candidato do PT à Presidência da República, Fernando Haddad, chamou a atenção para a escalada da violência no país atribuída à campanha do adversário na sucessão presidencial, Jair Bolsonaro.
O programa na TV também afirmou a necessidade de união do país em defesa da democracia. O candidato teve a biografia apresentada em ritmo de cordel, exaltada ainda com registros de declarações do ex-presidente Lula.
Trecho de um vídeo em que o candidato do PSL fala em “fuzilar a petralhada” foi destacado na peça do petista. Eleitores de Haddad relataram em depoimentos “medo” e “pânico” com os episódios de violência e morte em razão de discordâncias políticas. “Esse é o Brasil de Bolsonaro”, disse. “Se a violência já chegou a esse nível, imagina se ele for presidente”, acrescentou o programa do ex-prefeito de São Paulo.
O petista disse querer conversar com todos os eleitores, mesmo que o voto em primeiro turno tenha sido dado a algum dos concorrentes. “Nossa campanha é da sinceridade e da paz”, afirmou o candidato. “Vamos nos unir, a hora é agora. Quero contar com todos que apoiam a democracia e os direitos do povo”, completou.