Mulheres marcham contra Bolsonaro no centro de Brasília
Evento deste sábado (20/10) reuniu brasilienses de todas as idades no Eixo Monumental. No domingo, apoiadores farão ato diante do Congresso
atualizado
Compartilhar notícia
Brasilienses de todas as idades tomaram a região central de Brasília na tarde deste sábado (20/10), na 2ª Marcha de Mulheres do DF contra Jair Bolsonaro, o candidato do PSL à Presidência da República e líder nas pesquisas de intenção de votos para o segundo turno da corrida eleitoral. O ato começou às 15h, na Rodoviária do Plano Piloto. Por volta das 16h15, as participantes dirigiram-se em passeata até a Funarte, no Eixo Monumental.
Segundo a Polícia Militar, quando as manifestantes começaram a se deslocar, o evento contava com cerca de 2 mil pessoas. De acordo com os organizadores, 5 mil tinham aderido à marcha. Cobrando atenção aos direitos das mulheres – em cartazes, faixas, camisetas e pinturas corporais –, as brasilienses também portavam bandeiras de vários partidos, como PT, PSol, PSTU e Rede.
“Estamos aqui contra o fascismo, contra o atraso. Vamos dizer não para a intolerância, que avança célere sobre nós”, disse uma das organizadoras, do alto do carro de som. A coordenação do evento distribuiu adesivos para as participantes, com o mote “Ele não”.
“Decidi participar porque é um momento muito decisivo, não só em relação à nossa ideologia, mas também para a democracia. Acredito que todos nós temos uma responsabilidade social e não podemos ficar na neutralidade. Eu escolho, mesmo cansada do PT, apoiá-los [a chapa encabeçada por Fernando Haddad e Manuela D’Ávila]. Bolsonaro não”, pontuou a estudante Júlia Eduarda Batista, 19 anos. Ela foi ao ato acompanhada pelas amigas Larissa Borges de Oliveira, 20, e Sarah Urani de Oliveira, 19.
Homens participaram
Alguns homens também aderiram à manifestação. O servidor público Gilmar Dominici, 58 anos, afirmou participar do ato por não aceitar que Bolsonaro assuma o Palácio do Planalto. “Estou aqui porque conheço a história do Brasil. Os menos favorecidos são os que mais sofrem. Sei do risco que o nosso país está correndo e vou defender a democracia”, afirmou.
“Esta é a hora. Estamos travando um debate nacional para preservar os direitos mais importantes de todo cidadão. Um momento de refletir e dizer não à intolerância. Queremos mais amor e menos ódio”, comentou o também servidor Ademário Nogueira, 54.
Neste domingo (21/10), será a vez dos apoiadores de Jair Bolsonaro se manifestarem, em ato previsto para 9h, no gramado em frente ao Congresso Nacional.
Confira imagens do ato deste sábado (20/10):
Pelo país
As manifestações também foram realizadas em outras capitais, como Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba (PR), Belo Horizonte (MG) e Salvador (BA).
Em São Paulo, o protesto lotou o vão livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp), na Avenida Paulista. A multidão chegou a extrapolar a área da praça e ocupou totalmente os dois sentidos da via, na região central da capital.
Ao som de tambores, centenas de pessoas gritavam “Ele não!”, “Ele nunca!” e “Ele jamais!”, em referência ao candidato à Presidência pelo PSL, Jair Bolsonaro, informou a Agência Brasil.
Faixas de diversas cores e tamanhos posicionavam-se contra as declarações do presidenciável consideradas ofensivas a mulheres, homossexuais e negros. Também podiam ser vistas bandeiras de centrais sindicais e partidos políticos em meio à multidão.
Rio de Janeiro
Manifestantes também reuniram-se neste sábado (20/10) na Cinelândia, no centro do Rio de Janeiro. O protesto foi organizado pelo grupo Mulheres Contra Bolsonaro e ocupou a praça em frente à Câmara Municipal.
O movimento exibia placas e cartazes de pessoas que representam a luta pelos direitos humanos. Houve homenagens à vereadora Marielle Franco (PSOL), assassinada em março, e ao ativista cultural negro e fundador do afoxé Romualdo Rosário da Costa, 63, o Moa do Katendê, morto em um bar de Salvador após defender seu voto em Fernando Haddad (PT) no primeiro turno.
Com informações da Agência Estado