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Ministros reagem a vídeo de Eduardo Bolsonaro sobre fechar STF

“Não se tem respeito” e “golpista” foram as respostas à sugestão do filho do presidenciável sobre fechamento do Supremo

atualizado

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Daniel Ferreira/Metrópoles
Fim de tarde no Superior Tribunal Federal – Brasília(DF), 19/01/2017
1 de 1 Fim de tarde no Superior Tribunal Federal – Brasília(DF), 19/01/2017 - Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles

Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) reagiram ao conteúdo de um vídeo, que circula nas redes, no qual o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL), diz que basta “um soldado e um cabo” para fechar o Supremo.

Nesta segunda-feira (22/10), o decano da Corte, ministro Celso de Mello, disse à colunista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo, que a afirmação de Eduardo Bolsonaro é “inconsequente e golpista”. Na avaliação de Celso de Mello, o fato de o deputado reeleito ter obtido uma votação expressiva nas eleições – quase 2 milhões de votos – não legitima “investidas contra a ordem político-jurídica”.

Já o ministro Marco Aurélio Mello afirmou ainda no domingo (21/10) que a declaração é “muito ruim”. Para o magistrado, são “tempos estranhos” e o conteúdo da declaração denota que “não se tem respeito pelas instituições pátrias”. “Vamos ver onde é que vamos parar”, complementou o ministro.

Questionado se a declaração do filho de Bolsonaro poderia evidenciar uma afronta à separação entre poderes, o magistrado respondeu: “Não sei, pois é o estágio da nossa democracia. Vamos aguardar as eleições para ver o que ocorrerá em 2019. É tempo de temperança e o importante é as instituições funcionarem”, afirmou.

No vídeo, Eduardo Bolsonaro comenta uma eventual impugnação da candidatura de Jair Bolsonaro, mas diz que o STF teria de “pagar para ver”, caso tomasse tal decisão. “Aí eles vão ter que pagar para ver. Será eles que vão ter essa força mesmo? O pessoal até brinca lá: se quiser fechar o STF, sabe o que você faz? Você não manda nem um Jipe, manda um soldado e um cabo. Não é querendo desmerecer o soldado e o cabo. O que é o STF, cara? Tira o poder da caneta de um ministro do STF, o que ele é na rua?”, disse ele.

Após a repercussão negativa, o deputado federal Eduardo Bolsonaro recuou, afirmando que nunca defendeu tal posição. “Se fui infeliz e atingi alguém, tranquilamente peço desculpas e digo que não era a minha intenção”, postou em seu perfil das redes sociais.

O deputado também repetiu seu pai, que mais cedo afirmou a jornalistas que “se alguém falou em fechar o STF precisa consultar um psiquiatra”. “De fato, essa pessoa precisa de um psiquiatra”, disse o parlamentar.

Risco para a democracia
Na véspera do primeiro turno das eleições, o ministro Marco Aurélio já havia dito que estava preocupado com o rumo das eleições e via risco para a democracia, uma vez que o país, segundo ele, está defrontado com extremos de populismo de direita e de esquerda.

“Se fizermos um levantamento do que já ocorreu no país, vamos ver que o risco é sempre latente. Mas eu não imaginava cogitar-se, por exemplo, de um governo composto em termos de titularidade, em termos de vice-presidente da República, em termos de auxiliares, por militares. Admiro os militares, mas que estejam sempre na caserna. Ou reformados na atividade na vida privada”, disse o ministro na ocasião.

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