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Ministro Luiz Fux diz que fake news podem “derreter candidaturas”

Presidente do TSE, o integrante da mais alta Corte do país entende que o pleito de outubro será um dos mais tensos da história

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CARLOS HUMBERTO/STF
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1 de 1 luiz_fux-840×577 - Foto: CARLOS HUMBERTO/STF

Pedro Bial recebeu nessa quarta-feira (2/5) o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e integrante da mais alta Corte do país, Luiz Fux. O tema do programa girou em torno das fake news ou notícias falsas, em tradução livre. Para ele, a veiculação de informações sem procedência pode “derreter candidaturas”.

O apresentador iniciou a conversa de forma descontraída, trazendo à tona o passado de Fux como guitarrista e lutador de jiu-jitsu. O apresentador chegou a perguntar como o ministro mantém a forma, ao que ele respondeu que faz corridas e pratica a arte marcial uma vez por semana com amigos e seguranças. “Preciso estar seguro, né?”, respondeu.

Sobre a função como presidente do TSE, cargo para o qual foi nomeado em fevereiro de 2018, Bial sugeriu ser o pior momento para ser encarregado de tal responsabilidade, por serem as eleições mais tensas e imprevisíveis desde 1989. Fux respondeu que notícias falsas podem “derreter uma candidatura”. Segundo o ministro, há no TSE uma área de inteligência, com ajuda da Polícia Federal (PF), do Exército e da Abin para punir notícias falsas.

Para o problema de prevenção das notícias falsas, Luiz Fux disse que a imprensa é grande aliada do governo, dando como exemplo a eleição de Makron, na França: “quem viabilizou a eleição de Makron, na França, foi a imprensa, que não divulgou as fake news”. O ministro afirmou que há tecnologia e técnica para tirar notícias falsas do ar. “Recentemente, descobriu-se uma empresa que estava preparada para divulgar notícias falsas e foi vistoriada. Se forem apreendidos equipamentos e houver resistência, é passível de prisão”.

Cenário eleitoral
Citando o assassinato de Marielle Franco e o papel da vítima nas fake news, mesmo depois de morta, Bial perguntou sobre o cenário eleitoral de 2018. Para Fux, o cenário é preocupante, uma vez que “numa democracia, o que precisamos é de eleitores que votem conscientemente, votem bem informados e a fake news se aproveita de eleitores encantados”, para ele, empresas de notícias falsas fazem uma bolha e trabalham para noticiar aquilo que pessoas mal-informadas querem ouvir para justificarem sua alienação.

O Tribunal Superior Eleitoral terá, para tentar informar melhor a sociedade, não só campanhas publicitárias que falem sobre o período eleitoral, mas que alertem para a necessidade de checar a veracidade de informações que chegam à população através da internet.

O tema espinhoso foi a respeito do auxílio-moradia, garantido e extendido por Fux aos juízes brasileiros. “Todas as carreiras recebiam esse auxílio e os juízes federais ficaram ao desabrigo. A lei da magistratura prevê esse auxílio para aqueles que trabalham em locais sem imóvel funcional. Ao meu ver, essa é uma estratégia do poder público de acrescentar parcelas de forma a prover um salário digno para o magristrado”.

A respeito das urnas eletrônicas e a possibilidade de votos em papel, Fux rebate: “Eu acho que as urnas foram vítimas de fake news”. Para combater o problema da mentira, Fux cita novamente a parceria entre PF, Abin e Exército: “Essa é a linha limítrofe. Investigar sem tirar a liberdade de expressão”. Ele acrescenta: “É perigoso. Quando você destrói a reputação de uma pessoa, você não recupera mais”.

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