Sem Lula, Marina e Bolsonaro lideram intenção de voto, diz CNI-Ibope
Bolsonaro e Marina aparecem empatados tecnicamente no cenário sem o ex-presidente
atualizado
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Mesmo preso e sem saber se poderá disputar as eleições deste ano, Luiz Inácio Lula da Silva lidera a intenção de voto para presidente em todos os cenários nos quais aparece como candidato, na pesquisa da Confederação Nacional da Indústria, CNI-Ibope, divulgada na manhã desta quinta-feira (28/6).
Na pergunta estimulada, ou seja, quando o nome dos candidatos é apresentado ao entrevistado, o petista obteve 33% das intenções de voto no primeiro turno do pleito eleitoral. Já na pergunta de resposta espontânea, Lula também aparece em primeiro lugar, com 21% das intenções de voto. A pesquisa para o segundo turno, com conjecturas de candidatos, será feita posteriormente pela Confederação.
Apesar de ser o primeiro na corrida eleitoral, ainda não se sabe se o petista poderá de fato ser candidato. Ele está preso desde o dia 7 de abril, em Curitiba. A Justiça ainda não julgou seu pedido de liberdade e também não decidiu se ele poderá se candidatar.Diante da possibilidade de Lula ficar fora do páreo, a pesquisa mostrou o deputado federal Jair Bolsonaro (PSL) e Marina Silva (Rede) empatados tecnicamente no limite da margem de erro. O primeiro com 17% das intenções de voto e a segunda com 13%. A margem de erro é de dois pontos para mais ou para menos.
“Trabalhamos com a margem de erro, mas eu diria tranquilamente que Bolsonaro está na frente de Marina”, explicou o gerente executivo de pesquisa e competitividade, Renato da Fonseca.
Para ele, o resultado da intenção de votos brancos ou nulos, de 33% nesta pesquisa, é “muito sério”. “Em 2014, a porcentagem era de 8% nas pesquisas estimuladas”, disse. Apesar de ser preocupante, Fonseca acredita no grande aumento do índice devido à indefinição do Partido dos Trabalhadores (PT) em relação a quem será seu candidato caso Lula não dispute as eleições. “Brancos e nulos devem migrar para candidatos no cenário sem Lula quando as campanhas começarem efetivamente. A Região Nordeste, por exemplo, está órfã, conhece pouco o possível candidato Fernando Haddad, por exemplo”, disse.
Renato da Fonseca também ressaltou maior poder de partidos como PT, MDB e PSDB nas campanhas eleitorais. Para ele, Bolsonaro e Marina, por terem menos recursos, terão mais dificuldade de firmarem suas candidaturas em comparação aos partidos citados, que poderão trabalhar melhor seus candidatos com a população.
O gerente destacou também o fato de a corrupção e as denúncias contra presidenciáveis deixarem o eleitor muito em dúvida. De acordo com ele, isso pode refletir nas urnas com um maior percentual de votos brancos ou nulos. “Tudo sinaliza que esse percentual e a abstenção serão maiores do que em 2014”, disse.
A pesquisa encomendada pela CNI ouviu 2 mil pessoas em 128 municípios entre os dias 21 e 24 de junho. A margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos.
Lula na disputa
No cenário com Lula, a pergunta estimulada mostrou que Bolsonaro registra 15% das intenções de voto e Marina Silva tem uma redução, ficando com 7%. Ciro Gomes (PDT) aparece em quarto lugar com 4% dos votos. Veja o resultado total:
- Luiz Inácio Lula da Silva (PT): 33%
- Jair Bolsonaro (PSL): 15%
- Marina Silva (Rede): 7%
- Ciro Gomes (PDT): 4%
- Geraldo Alckmin (PSDB): 4%
- Alvaro Dias (Podemos): 2%
- Manuela D’Ávila (PC do B): 1%
- Fernando Collor de Mello (PTC): 1%
- Flávio Rocha (PRB): 1%
- Levy Fidelix (PRTB): 1%
- João Goulart Filho: 0
- Outro com menos de 1%: 2%
- Branco/nulo: 22%
- Não sabe/não respondeu: 6%
Se o ex-presidente não entrar na disputa, o cenário (com a pergunta estimulada, ou seja, quando o nome dos candidatos é apresentado) há uma melhora para Marina Silva e Ciro Gomes, mas, ainda assim, não é suficiente para nenhum deles ultrapassar Bolsonaro. Neste panorama, a pesquisa incluiu o nome do ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad como o candidato do PT. Entretanto, ele alcança apenas 2% dos votos. Veja:
- Jair Bolsonaro (PSL): 17%
- Marina Silva (Rede): 13%
- Ciro Gomes (PDT): 8%
- Geraldo Alckmin (PSDB): 6%
- Alvaro Dias (Podemos): 3%
- Fernando Collor de Mello (PTC): 2%
- Fernando Haddad (PT): 2%
- Flávio Rocha (PRB): 1%
- Guilherme Boulos (PSOL): 1%
- Henrique Meirelles (MDB): 1%
- Levy Fidelix (PRTB): 1%
- Manuela D’ Ávila (PC do B): 1%
- Rodrigo Maia (DEM): 1%
- João Goulart Filho: 1%
- Outro com menos de 1%: 1%
- Branco/nulo: 33%
- Não sabe/não respondeu: 8%
De jeito nenhum
Apesar de ser o favorito para a disputa, Lula é, ao mesmo tempo, um dos que mais enfrenta rejeição dos eleitores. Pouco mais de 30% dos entrevistados disseram não votar no petista de jeito nenhum. Bolsonaro e Fernando Collor de Mello (PTC) também ficam com essa média de rejeição. Senador e ex-presidente da República, Collor retirou o seu nome da disputa nesta semana.
Para Renato da Fonseca, os outros postulantes ao Planalto têm pouca rejeição nessa parte da pesquisa por não serem conhecidos. “Alguns candidatos são conhecidos apenas em seus estados, como Alvaro Dias, por exemplo, é mais conhecido no Sul do país. Temos vários candidatos cujas condutas não são conhecidas e, portanto, não aparecem nas respostas dos entrevistados”, pontuou.