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Marina Silva diz temer efeitos das decisões do STF sobre a Lava Jato

Pré-candidata ao Planalto (Rede) afirmou ainda, em evento na capital federal, que não vai atacar Bolsonaro, Ciro Gomes e Alckmin

atualizado

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1 de 1 Marina-Silva - Foto: Divulgação

Pré-candidata ao Planalto pelo partido Rede Sustentabilidade, Marina Silva disse nessa terça-feira (26/6) temer os efeitos das recentes decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) na Operação Lava Jato. A declaração foi dada em entrevista após ter sido perguntada sobre os resultados dos julgamentos em favor do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu e da senadora e presidente do PT, Gleisi Hoffmann (PR).

Marina Silva também destacou ser necessário continuar o combate à corrupção. Segundo a líder da Rede, as regras da Lei da Ficha Limpa não devem mudar para atender apenas o ex-presidente Lula. “A Justiça tem seus parâmetros, temos de ter todo cuidado para não enfraquecer o combate à corrupção da Lava Jato. Nem podemos usar jurisprudências que não tenham sido aplicadas antes. Temos de ter os mesmos pesos e medidas.”

Ainda sobre a tentativa de Luiz Inácio Lula da Silva concorrer ao Planalto, Marina foi enfática: “A Lei da Ficha Limpa diz que condenado em segunda instância não pode se candidatar. A regra não pode ser para quem está sendo julgado”, ressaltou ao falar acerca de uma possível disputa do petista à presidência da República.

A entrevista foi concedida no final do ato de lançamento da pré-candidatura do ex-secretário do Meio Ambiente do Distrito Federal André Lima para deputado distrital pela Rede. Antes, em discurso, Marina afirmou que não vai atacar os seus adversários. “Estou entrando literalmente para oferecer a outra face. Não espere de mim agredir para enfrentar o Bolsonaro. Não espere que eu vá usar qualquer circunstância para combater Ciro Gomes e Alckmin”, disse a pré-candidata.

Eumano Silva/Metrópoles
Marina Silva em lançamento da candidatura de André Lima (de camisa azul) para deputado distrital

 

A ex-senadora chegou ao local do evento no Lago Sul pouco antes das 21h30. Na ocasião, Marina ainda disse que, caso assuma o Palácio do Planalto no fim das eleições, seu governo “trabalhará quatro anos com outra régua, para não favorecer os amigos nem prejudicar os inimigos”.

“Desconfie de uma democracia em que político tem muito poder. Na política, a gente pode ganhar prestígio, ter relevância, no entanto, jamais crescer economicamente. Se quer juntar todo mundo de bem, junte na eleição. Não com o toma-lá-dá-cá”, completou a pré-candidata.

Durante seu discurso, Marina Silva defendeu sua candidatura mesmo sem ter o apoio de um grande partido e de elevada soma de recursos financeiros para a campanha rumo ao mais alto posto do Executivo. “Não posso acreditar que só pode ser candidato quem gasta rios de dinheiro. Nem fazendo de tudo para ganhar a eleição, até aliança com o ‘rabudo’. É possível eleger uma mulher negra, seringueira, professora e senadora”, afirmou a líder da Rede.

PT e PSDB
Ao comentar sobre os últimos governos do PT e PSDB, Marina admitiu os méritos de ambas as gestões. “Coisas positivas foram feitas. Até mesmo o bom que foi contribuído foi destruído”, avaliou. “Queremos um governo que compunha a maioria do Congresso com base em um programa”, defendeu a postulante ao Planalto.

O ato dessa terça (26) contou com a participação do senador Cristovam Buarque (PPS), do presidente da Câmara Legislativa, Joe Vale (PDT), e do distrital Chico Leite (Rede), pré-candidato a senador. Conforme afirmou Buarque, na ocasião, “não importam os detalhes da legalidade política”. “Estamos juntos em uma causa que Marina representa tão bem. Nem sempre a união institucional é a união real”, disse o parlamentar.

Marina Silva foi vereadora em Rio Branco, no Acre, deputada estadual e senadora por dois mandatos pelo Partido dos Trabalhadores. Também atuou como ministra do Meio Ambiente durante o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Antes de criar o partido Rede Sustentabilidade, foi filiada ao PT e passou por outras siglas. Em 2010 (PV) e 2014 (PSB), Marina Silva foi candidata à presidência da República. Na última eleição, a ex-seringueira e professora assumiu a cabeça de chapa depois da morte em acidente aéreo do ex-governador de Pernambuco, então candidato ao Planalto pelo PSB.

Distrito Federal
Durante a solenidade, a Rede informou ainda não ter definido quem será o candidato ao Palácio do Buriti. O partido negocia com as legendas que estiveram juntas na eleição passada no Distrito Federal (DF), mas as alianças ainda não estão fechadas. Em 2014, a sigla de Marina Silva aliou-se com PSB e PDT e apoiou a candidatura de Rodrigo Rollemberg ao governo local.

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