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Manuela: país tem uma das maiores jornadas de trabalho do mundo. Será?

Pré-candidata do PCdoB participou do Roda Viva na última segunda-feira (25) e também falou sobre economia e representatividade

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1 de 1 manuela-dacc81vila-no-roda-viva - Foto: TV Cultura/Reprodução

Na última segunda-feira (25), a pré-candidata à Presidência da República pelo PCdoB, Manuela D’Ávila, foi entrevistada no programa Roda Viva, da TV Cultura. Deputada estadual no Rio Grande do Sul, Manuela foi a sétima presidenciável a participar do programa. A Lupa checou algumas das declarações dela. Confira abaixo o resultado:

“[O povo brasileiro] É um dos que têm a maior jornada de trabalho do mundo”
Manuela D’Ávila, pré-candidata à presidência da República pelo PCdoB, em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, no dia 25 de junho de 2018

Dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT) mostram que, em 2017, o brasileiro trabalhou, em média, 38,42 horas por semana. A média em todos os 102 países que forneceram dados recentes (posteriores a 2015) é de 40,45 horas.

Já a Penn World Table, base de dados econômicos mundiais mantida pelas Universidade de Groningen, na Holanda, e da Califórnia, nos Estados Unidos, indica que o brasileiro trabalha, em média, 1.711,28 horas por ano. Isso coloca o país na 49ª posição numa lista de 68 países avaliados.

Essa quantidade de horas do Brasil é menor do que a de todos os países da América Latina, exceto o Uruguai. Também fica abaixo da média internacional, que é de 1.864,11 horas trabalhadas por ano. Veja os levantamentos completos.

Procurada, Manuela não retornou.

“A nossa bancada [do PCdoB] é a com mais negros e pardos do Congresso Nacional, além de [ser] a que tem mais mulheres”
Manuela D’Ávila, pré-candidata à presidência da República pelo PCdoB, em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, no dia 25 de junho de 2018

A bancada do PCdoB no Congresso é composta por 10 deputados (5 deles são mulheres) e uma senadora. A sigla é realmente a que tem a maior proporção feminina em Brasília. Mas com relação à proporção de negros e pardos, o partido aparece em segundo na lista. O PCdoB tem 70% dos seus congressistas identificados dessa forma. O PPL, que tem apenas um deputado auto-identificado como pardo, chega a 100% da bancada. Ainda vale destacar que a fala de Manuela só é verdadeira em números proporcionais. Em números absolutos, há outros partidos com mais mulheres e/ou mais negros e pardos.

“[No Maranhão, o governo de Flávio Dino (PCdoB)] Fez uma espécie de minirreforma tributária. Tributou heranças permitindo que os milionários maranhenses (…) pagassem tributos”
Manuela D’Ávila, pré-candidata à presidência da República pelo PCdoB, em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, no dia 25 de junho de 2018

A gestão de Flávio Dino, de fato, promoveu uma mudança na tributação de heranças e doações em julho de 2015. Mas o Maranhão – assim como todos os estados brasileiros – já tributava esses ganhos antes da administração do PCdoB.

Até 2014, as taxas sobre heranças e doações no estado eram fixas – de 4% sobre qualquer herança e de 2% sobre qualquer doação. Com a “minirreforma” que Dino fez em 2015, o tributo sobre as heranças passou a variar entre 3% e 7%, enquanto o aplicado a doações passou a ser de 1% a 2%. Esses percentuais são definidos de acordo com o valor herdado ou doado.

De acordo com um levantamento feito pela consultoria Ernst & Young e publicado pelo site Poder360, oito estados – além do Maranhão – fizeram a mudança nas taxas sobre heranças em 2015. Desses, seis também mudaram os percentuais sobre as doações. Atualmente, 10 estados brasileiros cobram a taxa máxima de 8% nas transações envolvendo heranças e doações. O Maranhão não está entre eles.

“Sete vezes foi enviado à Câmara argentina aquele projeto [sobre a descriminalização do aborto]”
Manuela D’Ávila, pré-candidata à presidência da República pelo PCdoB, em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, no dia 25 de junho de 2018

O projeto de lei pela descriminalização do aborto na Argentina foi elaborado por uma aliança de organizações intitulada Campanha Nacional pelo Direito ao Aborto Legal, Seguro e Gratuito e apresentado pela primeira vez ao Congresso do país vizinho em 2006. Segundo dados do Diretório Legislativo argentino, de fato, o projeto entrou em pauta sete vezes até ser aprovado, em junho deste ano.

Durante o governo de Cristina Kirchner (2007-2015), a proposta foi apresentada em cinco oportunidades. A então presidente se colocou contra a iniciativa. No atual governo, de Maurício Macri, o projeto foi apresentado mais duas vezes. Macri também se disse contrário ao ato do aborto, mas se mostrou a favor do debate. Esta checagem contou com a colaboração do Chequeado, plataforma de fact-checking da Argentina.

Reportagem: Chico Marés e Clara Becker
Edição: Natália Leal e Cris Tardáguila

 

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