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Lula diz a Haddad para não visitá-lo mais na cadeia

O presidenciável, contudo, afirmou que ordem do líder petista preso foi outra: “ir para a rua e ganhar esta eleição”

atualizado

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Ricardo Stuckert/Instituto Lula
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1 de 1 haddadlula - Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula

Em conversa nessa segunda-feira (8/10) com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em Curitiba (PR), o candidato do PT na corrida ao Palácio do Planalto, Fernando Haddad, foi orientado por Lula a não visitá-lo mais na prisão. Nesta terça (9), segundo a presidente nacional da sigla, senadora Gleisi Hoffmann (PR), o líder petista fez chegar à cúpula partidária sua expectativa de que o presidenciável Fernando Haddad se concentre nas agendas de rua da campanha neste segundo turno e deixe de visitá-lo semanalmente, como tem feito até o momento.

“Foi um recado para mim: ‘manda o Haddad fazer campanha, não precisa mais vir aqui’”, disse Gleisi, que participa de reunião organizada pela direção petista na capital paulista, nesta terça. O candidato, contudo, não está disposto a abandonar de vez seu mentor. No início desta tarde, Haddad declarou que não vai se descolar da imagem de Lula.

“O que Lula me disse ontem era para eu ir para a rua e ganhar esta eleição”, afirmou Haddad, durante entrevista à Rádio Guaíba (RS). “Jamais vou deixar de defender que Lula foi condenado sem provas”, acrescentou o presidenciável, que reconheceu só ter chegado ao segundo turno “em função do projeto que Lula representa”.

Após dizer que Lula foi o melhor presidente do país, Haddad emendou: “Nesta condição, acho que ele tem muito a contribuir pelo Brasil e pelo mundo. O Brasil nunca foi tão feliz, nós queremos retomar um Brasil que deu certo”. Ainda à rádio, o petista cobrou a presença de Jair Bolsonaro (PSL) em debates no segundo turno. “Como ele tem dado entrevistas, creio que tem condições de ir a debates”, afirmou, e cutucou o adversário: “Nunca fugi a um debate. Nem com gripe. Espero que ele compareça.” O primeiro debate do segundo turno está marcado para esta quinta-feira (11), na TV Band.

Reformas
Além disso, o candidato do PT mais uma vez criticou o economista Paulo Guedes, e afirmou que não vai nomear “banqueiro” para o Ministério da Fazenda: “Como posso nomear banqueiro se eu vou fazer a reforma bancária?”. Na entrevista, mais uma vez, Haddad defendeu ainda a reforma tributária e as mudanças nos regimes próprios de Previdência de estados envidados, como Rio Grande do Sul e Minas Gerais.

Após revelar o recado de Lula para Fernando Haddad, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, também falou sobre as reformas pretendidas e voltou a defender ajustes no programa do presidenciável no segundo turno para atrair novos aliados. Ela reforçou que a proposta do PT para a Previdência está “fechada”, embora Haddad já tenha sinalizado que pode discutir questões como a idade mínima para aposentadoria.

“Na Previdência, é um tema que temos mais posição fechada”, declarou a dirigente. Ela enfatizou que a proposta do PT é uma medida que ataque privilégios, mas que não mexa no regime geral do INSS.

Gleisi disse que o partido ainda não discutiu ajustes no plano para agregar propostas como a de Ciro Gomes (PDT) sobre capitalização do sistema de Previdência. A discussão seria feita com Ciro se ele declarar apoio a Haddad.

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