Jornalista é alvo de ataques após matéria sobre compra de mensagens
Patricia Campos Mello, da Folha, publicou reportagem denunciando suposto esquema envolvendo o candidato Jair Bolsonaro (PSL)
atualizado
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A jornalista Patricia Campos Mello, do jornal Folha de S.Paulo, passou a ser alvo de comentários pejorativos e ameaças nas redes sociais, após a publicação da reportagem “Empresários bancam campanha contra o PT pelo WhatsApp”. Apoiadores do candidato à Presidência da República pelo PSL, Jair Bolsonaro, chegaram a criar a hashtag #FolhaPutinhadoPT.
Perfis com grande número de seguidores publicaram postagens com questionamentos à credibilidade da repórter. Centenas de usuários fazem comentários depreciativos e ofensivos, além de ameaças nas redes de Patricia, em especial em sua conta no Twitter. A jornalista denunciou suposto esquema de empresas que teriam comprado pacotes de disparos de mensagens via WhatsApp, de apoio a Bolsonaro e contra o PT.
Jornaleco da pior qualidade, nível Carta Capital. Só desejo processo e falência pra essa máquina de desinformação petista.#FolhaPutinhaDoPt
— Neoliberal 1⃣7⃣ (@_brlt) October 18, 2018
Começaram as ameaças à integridade física da jornalista da Folha, Patricia Campos Mello, que deu o furo do caixa 2 do Bolsonaro
— EVANDROMIZAEL (@EVANDROMIZAEL) October 19, 2018
A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) se manifestou, em nota, condenando a ofensiva contra Patricia. “Retaliar jornalistas em função de sua atividade profissional não atinge apenas o(a) comunicador(a) em questão; traz prejuízos à sociedade como um todo, inclusive aos que praticam os ataques”, diz trecho do comunicado.
O candidato à Presidência da República pelo PT, Fernando Haddad, lamentou os ataques cometidos contra Patricia. “Meu adversário não convive bem com jornalismo livre. Nós nem temos jornalismo livre”, declarou, criticando a concentração dos veículos de comunicação.