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Haddad vai ao Nordeste para reduzir desvantagem em relação a Bolsonaro

PT teve na região melhor resultado no 1º turno. Presidenciável do PSL está 18 pontos à frente do petista

atualizado

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Ricardo Stuckert
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1 de 1 haddadceara - Foto: Ricardo Stuckert

A estratégia do PT para a reta final da campanha de Fernando Haddad à Presidência prevê viagens ao Nordeste, região onde o petista teve melhor desempenho, e atos com setores da sociedade civil. No programa eleitoral no rádio e na TV, a campanha petista pretende manter a linha adotada desde o início do primeiro turno de mesclar a tentativa de desconstrução de Jair Bolsonaro (PSL) com a apresentação de propostas.

As mais recentes pesquisas de intenção de voto mostram que Haddad tem o desafio de superar uma larga vantagem do adversário no segundo turno. No Ibope e no Datafolha, o candidato do PT está 18 pontos porcentuais atrás do capitão reformado – Bolsonaro tem 59% dos votos válidos, ante 41% do petista.

O petista fez no sábado (20/10) campanha no Ceará dos irmãos Cid e Ciro Gomes, respectivamente senador eleito e presidenciável derrotado do PDT. Em comício em Fortaleza, Haddad chamou o rival de “soldadinho de araque” e o acusou de montar uma organização para aplicar “dinheiro sujo” nas redes sociais contra o PT.

Segundo o deputado estadual eleito Emídio de Souza, integrante da coordenação da campanha, o episódio envolvendo Cid e militantes do PT já foi superado e a ideia é tentar transferir os votos de Ciro para o petista. Durante ato pró-Haddad em Fortaleza, na segunda-feira passada (15/10), o irmão de Ciro Gomes disse que o PT vai “perder feio a eleição”.

Para Cid, os petistas teriam que pedir desculpas “e reconhecer que fizeram muita besteira”. O senador eleito pelo Ceará depois reiterou apoio a Haddad. Ciro, terceiro colocado no primeiro turno da disputa presidencial, declarou “apoio crítico” ao candidato do PT e logo em seguida viajou para a Europa, mantendo distância da campanha de Haddad.

O episódio Ciro foi o mais evidente da tentativa fracassada do PT de criar uma “frente democrática” com a participação de adversários – como o próprio pedetista e Fernando Henrique Cardoso, presidente de honra do PSDB – no segundo turno. Agora, Haddad decidiu investir no apoio de setores organizados da sociedade contrários a Bolsonaro.

No sábado, novas manifestações contra o candidato do PSL – aos moldes do protesto “Ele não” do dia 29 de setembro – ocorreram em ao menos oito capitais, como Rio, Curitiba e Brasília, com a presença de militantes a favor de Haddad. Na capital paulista, o ato lotou o vão livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp). Em Porto Alegre, a manifestação foi feita no Parque da Redenção, e teve a participação da vice na chapa do petista, Manuela d’Ávila (PCdoB).

Neste domingo (21), Haddad tem viagem marcada para São Luís (MA), ao lado do governador reeleito Flávio Dino (PCdoB). O encerramento da campanha também deve ser no Nordeste. As opções são a Bahia e Pernambuco.

“Semana perdida”
Integrantes da campanha admitiram em conversas privadas que a primeira semana do segundo turno foi uma “semana perdida” por causa da desorganização provocada pela troca de comando entre a primeira e a segunda etapa da campanha. Petistas avaliam que a espera pelos apoios de Ciro e FHC, que não vieram, tirou a atenção da candidatura e fizeram Haddad perder a oportunidade de aproveitar o impulso por ter conseguido chegar ao segundo turno.

Nesta reta final, o PT vai explorar também politicamente as denúncias sobre a existência de suposto esquema de impulsionamento ilegal de mensagens pelo WhatsApp, que seria financiado por empresas. A a ordem é tentar vincular Bolsonaro às fake news.

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