Haddad sobre notícias falsas: “Essa campanha não vai terminar bem”
Petista rebateu acusação de uso indevido de falas de Bolsonaro no programa eleitoral e pediu apoio da imprensa para esclarecer fake news
atualizado
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O candidato do PT ao Planalto, Fernando Haddad, contestou o pedido de direito de resposta aprestando ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pelo seu adversário Jair Bolsonaro, que reclama do uso de “expressões fora de contexto” sobre seus posicionamentos. Em entrevista coletiva em São Paulo, Haddad se defendeu. “Eu estou mentido se levo isso à televisão? Está gravado o pronunciamento dele”, disse Haddad.
“Agora ele quer dizer que não. Vai acusar minha campanha? Fomos nós que inventamos isso? Está gravado. O que está fora de contexto?”, questionou o petista. “Qual o limite da loucura do meu adversário?”, indagou em entrevista coletiva, após evento com representantes do segmento de pessoas com deficiência.
“Circulam na internet, por impulso do meu adversário, mentiras sobre mim. Segundo Bolsonaro, esse relógio (que Haddad usava na hora) vale R$ 400 mil. Não tenho carro no meu nome e virei proprietário de uma Ferrari”, reclamou.
Haddad pediu apoio da imprensa para questionar seu adversário sobre as acusações que, em sua avaliação, estão “ficando sérias, com muita ofensa desnecessária”. “A democracia está em risco. Acordem”.
“Ou nós colocamos as coisas nos trilhos para sair dessa com liberdade, com respeito, ou nós vamos muito mal. Se a imprensa não ajudar, essa campanha não vai terminar bem. Não é assim que se ganha uma eleição”, disse Haddad.
Ele questionou quanto custa manter uma “usina de fake news” no Whats App. “Quem está pagando por tudo isso? Será que custa barato fazer essa campanha por WhatsApp”, disse.
Haddad também refutou a afirmação de que ele seria favorável ao incesto. O tema ganhou repercussão nas redes sociais e Carlos Bolsonaro, filho do cabeça de chapa do PSL, chegou a compartilhar mensagens nas redes com a falsa afirmação contra Haddad.
Democracia
O candidato petista foi questionado sobre as afirmações de opositores de que o PT quer transformar o Brasil em uma Venezuela ou Cuba. “O PT nunca violou um princípio democrático quando governou o País”, rebateu. Segundo o petista, as comparações com Venezuela e Cuba seriam “um jogo de cena” para desviar a atenção do próprio passado de Bolsonaro.
“Que elogia torturador, que diz que não estupra uma deputada colega porque ela não merece… Quem tem de responder sobre passado é ele, que defendeu publicamente o extermínio de 30 mil pessoas e falou que a grande falha do regime militar foi ter torturado e não matado seus opositores. Aí reclama que levou uma facada? Só fala em morte”, argumentou Haddad.
Neste domingo, a equipe de Haddad retirou do ar um tuíte que criticava seu adversário Bolsonaro por ter votado contra o Estatuto da Pessoa com Deficiência. Procurada, a equipe do petista disse que, na verdade, Bolsonaro se absteve da votação, e que por isso a postagem foi excluída.
“O deputado Jair Bolsonaro votou contra o Estatuto da Pessoa com Deficiência. Acredito que ele tenha votado contra por falta de conhecimento. Ele não foi educado para compreender toda a diversidade humana e sua complexidade”, transmitiu o Twitter de Haddad, neste domingo, mas foi retirado do ar pouco depois.
“Fake news”
Após o debate presidencial do primeiro turno na Rede Globo, no dia 4, do qual não participou por estar internado depois de levar uma facada no ato de campanha em Juiz de Fora (MG), Bolsonaro postou um vídeo nas redes sociais em que disse ter sido vítima de “fake news”, segundo as quais votou contra o projeto da Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência, que foi aprovada e concede benefícios a deficientes.
Um dos filhos do candidato, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), também presente à transmissão, afirmou que na verdade eles votaram contra um destaque que tratava de orientação sexual e ideologia de gênero. “Era um jabuti, óbvio que não podíamos aceitar”, disse.
“Quem lançou essas fake news foi a mãe do Duvivier, garoto que tem um site onde ele esculacha os valores familiares, prega contra Jesus, contra evangélicos, aquele humor que não é sadio, que ninguém pode zombar da fé de ninguém”, afirmou Bolsonaro, em referência à cantora e violinista Olívia Byington, mãe do escritor, ator e humorista Gregório Duvivier.
(Com informações da Agência Estado)