Haddad busca apoio de FHC: “Uma porta não é obstáculo”
Petista respondeu ao ex-presidente que disse ter um “muro” em relação a Bolsonaro
atualizado
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Fernando Haddad (PT) voltou a sinalizar neste domingo (14/10) a busca de apoio de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) neste segundo turno da eleição. O candidato à Presidência da República respondeu à entrevista dada pelo ex-presidente ao jornal O Estado de S. Paulo, na qual FHC diz ter “porta” com Haddad e um “muro” em relação a Bolsonaro.
Eu não diria aberta, mas há uma porta. O Bolsonaro não tem porta. Ele tem um muro, o outro uma porta. Figura por figura, eu me dou com Haddad. Nunca vi o Bolsonaro
Fernando Henrique Cardoso
O ex-prefeito de São Paulo respondeu dizendo que há anos mantém uma boa relação com o tucano. “Uma porta não pode ser obstáculo para defender o país de uma ditadura, da tortura e da cultura do estupro”, referindo-se ao seu adversário na disputa, Jair Bolsonaro.
“Se depender de mim, essa porta vai ser aberta em nome da democracia. Independentemente do PSDB ser oposição ou situação no próximo governo, se eu for eleito, o mais importante hoje é a garantia das liberdades democráticas que estão em risco no nosso país, como ele próprio reconhece na entrevista”, disse Haddad.A executiva do PSDB decidiu pela neutralidade no segundo turno, após a derrota do ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin nas urnas. Já o candidato tucano ao governo de São Paulo, João Doria, optou pelo apoio ao candidato do PSL. Na entrevista, FHC se diz desobrigado a seguir a decisão da cúpula do partido.
“Não faço parte da direção do PSDB, que decidiu pela neutralidade. Cada um pode fazer o que quiser. Política não é boa intenção. Uma coisa é a minha apreciação como pessoa sobre outra pessoa. Isso não é política. Se vamos estar juntos, tem que discutir completamente. Nunca houve isso”, declarou.
Ele ainda reclamou da falta de iniciativa do PT em tentar uma aproximação. “O Partido Trabalhista tem uma visão hegemônica e prepotente. Isso não é democracia. Democracia implica em abrir o jogo e aceitar a diversidade”, criticou.
Tenho relações pessoais e cordiais com o candidato Haddad, mas o que está em jogo é o futuro do Brasil. Minha preocupação não é comigo ou o PSDB, mas com o país
Fernando Henrique Cardoso