Haddad diz que pedirá “mais empenho” do PDT contra Bolsonaro
Presidenciável do PT ainda reforçou sua proposta de equilibrar as contas públicas com reformas tributária e bancária
atualizado
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Ainda sem contar com uma participação ativa de Ciro Gomes (PDT) no segundo turno da campanha presidencial, o candidato do PT ao Planalto, Fernando Haddad, disse que pedirá “mais empenho” ao partido de Ciro para derrotar Jair Bolsonaro (PSL) no pleito. O petista afirmou que vai telefonar ainda nesta segunda-feira (15/10) para o presidente do PDT, Carlos Lupi, após ter recebido “sinais positivos” da legenda em alguns estados.
“Devo ligar para ele para agradecer e pedir mais empenho porque, se o Bolsonaro ganhar, os trabalhadores vão perder mais direitos e o Lupi é trabalhista e sabe o que está em risco em uma eventual eleição do Bolsonaro”, afirmou o candidato do PT em coletiva de imprensa, na capital paulista.
Ao sair da sala onde realizou a coletiva, Haddad foi questionado sobre suas estimativas para um apoio mais efetivo de Ciro à sua campanha. “Se depender de mim, ontem”, declarou. Nesta segunda-feira, conforme Haddad, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, já está em contato com o líder do PDT para alinhar um apoio mais claro à candidatura petista.
O presidenciável reforçou sua disposição em ampliar o arco de alianças dizendo que Bolsonaro seria uma “ameaça à democracia”. “Estaria disposto a qualquer tipo de… faço gestos todo dia”, declarou o candidato. “O governo teria que ser mais amplo do que nunca para garantir uma transição do atual estado de coisas para uma normalidade democrática”, avaliou o ex-prefeito.
Haddad declarou, ainda, “respeito à vontade popular” quando questionado sobre um cenário de vitória de Bolsonaro na eleição presidencial. Mais cedo, em entrevista à Rádio Bandeirantes, o petista afirmou que quem perder a eleição precisa “colocar o País acima dos interesses pessoais”.
“Quem diz que não aceitaria o resultado das urnas se o contrariasse foi justamente o meu adversário”, disse Haddad, declarando que a pergunta sobre aceitar a derrota deveria ter sido feita a Jair Bolsonaro. “Já ganhei e já perdi, fiz uma transição (na Prefeitura de São Paulo) reconhecida nacionalmente”, reforçou o petista, para quem “não está em questão” discutir o resultado eleitoral.
“Quem questiona a democracia não sou eu, tanto é que todos os democratas estão contra a candidatura do Bolsonaro, mesmo que não sinalizem apoio à minha candidatura.”
Haddad concedeu coletiva de imprensa em frente a uma bandeira do Brasil e ao lado de um tradutor da Linguagem Brasileira de Sinais (Libras), ferramentas geralmente usadas pelo adversário na campanha. Questionado sobre a bandeira, o petista dirigiu novos ataques a Bolsonaro pelo fato de o candidato do PSL ter batido continência à bandeira norte-americana.
Reformas tributária e bancária
Haddad reforçou sua proposta de equilibrar as contas públicas com reformas tributária e bancária e fazendo investimentos para incentivar o crescimento da arrecadação. O ex-prefeito de São Paulo falou ainda em perseguir um regime único de Previdência começando a ajustar os regimes próprios de estados e municípios
Nesta segunda(15), Dia do Professor, o presidenciável do PT prometeu deixar mais claro na Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) a proibição do método de educação à distância no ensino fundamental – numa contraposição a uma proposta de Bolsonaro.
O petista reforçou o discurso de que seu adversário é um risco para a democracia e que o quadro está sendo “naturalizado” no país. “Tem muita violência na rua. As pessoas estão com medo de se manifestar, as que se manifestam sofrem constrangimentos imediatos.”