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Haddad chama general Mourão de torturador

Em sabatina, presidenciável petista critica vice de Bolsonaro e afirma que atentado favoreceu campanha do adversário

atualizado

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1 de 1 haddadsabatina - Foto: Reprodução

O candidato do PT ao Palácio do Planalto, Fernando Haddad, acusou nesta terça-feira (23/10) o general Hamilton Mourão, vice de Jair Bolsonaro (PSL), de ter cometido torturas durante a ditadura militar.

O petista se baseou na afirmação feita pelo compositor Geraldo Azevedo em show na Bahia no último fim de semana – o artista criticou Bolsonaro e o vice do presidenciável. O cantor pernambucano contou no palco que foi preso duas vezes durante o regime ditatorial, e que Mourão “era um dos torturadores”.

“Bolsonaro nunca teve nenhuma importância no Exército. Mas o Mourão foi, ele próprio, torturador. O Geraldo Azevedo falou isso. Ver um ditador como eminência parda de uma figura como Bolsonaro deveria causar temor em todos os brasileiros minimamente comprometidos com o Estado Democrático de Direito”, disse Haddad em sabatina promovida pelos jornais O Globo e Valor Econômico e a revista Época.

O músico fez as declarações durante show em Jacobina, na Bahia, no último sábado (20).

“Olha, é uma coisa indignante, cara. Fui preso duas vezes na ditadura, fui torturado, você não sabe o que é tortura, não. Esse Mourão era um dos torturadores lá”, afirmou Azevedo.

De acordo com sua biografia, Geraldo Azevedo e esposa foram presos em 1969, durante a ditadura militar, e torturados por 41 dias. Mourão ingressou no Exército em 1972, na Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN), onde, em 12 de dezembro de 1975, foi declarado aspirante-a-oficial da Arma de Artilharia. É filho do general de divisão Antonio Hamilton Mourão e de Wanda Coronel Martins Mourão (ambos amazonenses).

Quando perguntado acerca do emprego da palavra “fascista” para classificar o oponente, Haddad reiterou na sabatina, chamando Bolsonaro de “bicho”: “Ele tem como vice um torturador. Tem como ídolo um torturador, que é (o general Brilhante) Ustra. Para mim, isso é fascismo. Se vocês quiserem dar outro nome para adocicar o Bolsonaro… Estamos diante de um bárbaro que não respeita ninguém há 30 anos. É o pior dos porões”.

Ao comentar a suposta compra de pacotes de envios de mensagens via WhatsApp para beneficiar Bolsonaro, divulgada pelo jornal Folha de S. Paulo, o ex-prefeito de São Paulo fez um mea-culpa: “Cometemos um erro estratégico porque não supomos que iam usar WhatsApp para financiar campanha. A gente imaginava que as redes sociais teriam papel de impulsionamento, mas o que aconteceu no primeiro turno e pode acontecer agora não tem nada a ver. Estão driblando o velho caixa dois e criando um novo caixa dois. É o empresário pagar do próprio bolso para fazer emissão em massa de mensagens. Não imaginávamos”.

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