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Gleisi: “O PT não pode pedir desculpas por estar no segundo turno”

Para presidente do partido, há disposição em “flexibilizar” programa para atrair legendas do centro em uma candidatura “suprapartidária”

atualizado

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1 de 1 gleisi-hoffmann - Foto: Wilson Pedrosa/Fotos Públicas

Ao falar a respeito da busca de alianças entre siglas de centro direita, incluindo o PSDB, para a formação de uma frente ampla em torno da candidatura de Fernando Haddad, a presidente nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR), disse nesta segunda-feira (15/10) que o partido não pode “pedir desculpas” por ter chegado ao segundo turno das eleições.

Caso as legendas de centro aceitem se juntar ao movimento desencadeado contra o postulante do PSL ao Palácio do Planalto, Jair Bolsonaro, a dirigente petista não descarta a probabilidade de tornar a pretensão política de Haddad “suprapartidária”.

“É possível tornar a candidatura suprapartidária, diante do quadro que estamos vivendo. Mas veja, não dá para o PT pedir desculpas porque está no segundo turno. Temos uma base social. O partido tem  30% dos votos desse país, isso é muito significativo. É uma força social. Podem ter críticas ao PT. É natural que tenham. Somos uma organização humana com todas as nossas falhas e também com todos os avanços”, pontuou a parlamentar.

As declarações de Gleisi ocorreram após participação da congressista na reunião realizada com seis partidos (PT, PSB, PCdoB, Pros, PCB e PSol) em torno da candidatura de Haddad. De acordo com informações da senadora, o PT está disposto a “flexibilizar” seu programa de governo em nome de atrair legendas, até então, arredias à sigla.

“Quando a gente faz uma aliança, a gente já abre para fazer discussões programáticas”, ressaltou a dirigente petista. “Se você não tem nenhuma intenção de flexibilizar, não consegue fazer uma aliança. Você disputa a eleição sozinho”, enfatizou.

Conforme afirmou Gleisi, Haddad estaria disposto a esta união. A cúpula do partido e da campanha se reunirão com o candidato na manhã desta terça (16), em São Paulo.

“O PT foi [para o segundo turno]. O PT tem, agora, a responsabilidade histórica e o dever para com a nação brasileira de fazer um gesto a fim de ampliar esse movimento pela democracia. De ampliar as forças, de conversar, ver o que é possível construir para que a gente salve aquilo que é essencial para que o país possa se desenvolver”, destacou. “Sem democracia, nós não termos uma nação desenvolvida, não teremos direitos. Sem democracia, nós não conseguiremos avançar. Então, essa é a visão que nós temos. O Fernando Haddad está disposto a esse movimento de chamar a todos e de ele representar essa frente, esse movimento”, assinalou a presidente do Partido dos Trabalhadores.

FHC
Gleisi revelou ainda que a legenda está aberta à adesão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Em entrevista no fim de semana, FHC disse, em meio às críticas de sempre aos petistas, ter uma “porta” em relação a Haddad e um “muro” em relação a Bolsonaro.

“Estamos abertos a todos aqueles que querem apoiar a democracia. Tenho uma referência na vida de Fernando Henrique Cardoso de que ele é um democrata. Ele disse que tem uma porta para Fernando Haddad. Seria bom o entendimento de que não é um porta para Fernando Haddad. Nós não estamos tratando de uma candidatura de um partido político agora. Estamos tratando de uma candidatura que faz frente a um movimento que é neofascismo no Brasil”, salientou Gleisi Hoffmann.

Para a senadora, na atual conjuntura, a população tem de estar a par da atual situação do país. “Ou a gente tem essa consciência ou o Brasil vai ser entregue às forças mais retrógradas da política, forças que não têm nenhum compromisso, seja com a liberdade de expressão, com a integridade das pessoas, com os direitos das minorias, com os direitos dos diferentes ou com as liberdades fundamentais”, advertiu. “Por isso, todas as forças que acreditam na democracia e no pacto constitucional que foi feito em 1988 devem estar neste movimento”, recomendou.

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