General cotado por Bolsonaro para assumir Defesa tinha supersalário
Augusto Heleno trabalhava no COB e recebia R$ 59 mil mensais, sendo que R$ 47 mil, 80% da remuneração, eram pagos com verba pública
atualizado
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Caso o candidato à Presidência da República Jair Bolsonaro (PSL) ganhe no segundo turno das eleições presidenciais, no próximo dia 28, já escolheu um nome para assumir o Ministério da Defesa: o general Augusto Heleno Ribeiro Pereira. O militar recebia um salário de R$ 59 mil mensais no Comitê Olímpico Brasileiro (COB) até o ano passado, sendo que 80% do valor (R$ 47 mil) eram provenientes de recursos públicos. A informação é do portal Uol.
De acordo com a legislação brasileira, o teto constitucional para funcionários públicos é de R$ 33,9 mil, que corresponde ao salário dos ministros do Supremo Federal Tribunal (STF), e é usado como referência para vencimentos bancados com verba pública.
Segundo a reportagem, o general afirmou que o supersalário era pago de forma legal e por entidade privada. Já o COB diz que o teto não se aplicava a Augusto Heleno. Procurado pelo Uol, o militar contou que era contratado de uma empresa privada e ignorava a origem dos recursos por ele recebidos.
O general Heleno entrou para a reserva do Exército em maio de 2011. Em agosto daquele ano, foi contratado pelo COB para ser diretor de Comunicação Cultural e do Instituto Olímpico. À época, o comitê era presidido por Carlos Arthur Nuzman, que deixou o cargo por acusação de corrupção em 2017. Pouco depois dessa saída, em novembro de 2017, Heleno pediu demissão – segundo ele, a saída não guarda relação com o episódio do ex-presidente do COB.