Equipe de Marina barra aproximação com Ciro
Coordenação da campanha da Rede nas eleições 2018 freou articulação de apoiadores da ex-ministra
atualizado
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Com a queda da candidata da Rede à Presidência nas eleições 2018, Marina Silva, nas pesquisas, parte de seus apoiadores tentou articular uma aproximação com Ciro Gomes (PDT), mas a proposta foi vetada pela coordenação-geral de campanha, antes mesmo de chegar à candidata.
Na pesquisa Ibope/Estado/TV Globo divulgada nesta segunda-feira (1º/10), Ciro está em terceiro lugar, com 11%, atrás de Jair Bolsonaro (PSL), com 31%, e Fernando Haddad (PT), com 21%. Marina oscilou de 6% para 4%.
Os integrantes do partido que fizeram a articulação pela aproximação entre Ciro e Marina acreditavam que ela “sairia maior” com o gesto. A ex-ministra, conforme essa avaliação, demonstraria coerência com o discurso contra a polarização e pelo futuro do País ao apoiar um nome mais competitivo.
O posicionamento em favor de Ciro também levaria em conta outro cálculo: evitar que Marina tenha de se posicionar em um eventual segundo turno entre Bolsonaro e Haddad. Em 2014, ela optou por apoiar a candidatura de Aécio Neves (PSDB) e até hoje costuma ser cobrada por isso.
Na campanha da Rede, a avaliação geral é de que era necessária uma candidatura unificada de centro, mas que o movimento deveria ter sido feito antes. Marina e Ciro são amigos próximos e trabalharam juntos como ministros durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva – condenado e preso na Lava Jato. Neste ano, apesar de adversários, costumam compartilhar elogios em debates. Quando ela começou a cair nas pesquisas, parte da campanha tentou fazer com que adotasse um tom mais crítico ao pedetista, sem sucesso.
A reportagem apurou que a campanha de Ciro Gomes foi sondada de maneira informal. Internamente, o PDT avalia que o movimento teria pouco significado eleitoral, pois os eleitores de Marina não se alinhariam automaticamente e alguns destes votos já estão migrando para Ciro.
Um apoio de Marina ao pedetista ainda dependeria de adaptações no programa de governo do pedetista, com concessões na área ambiental que minimizem o papel de sua vice – Kátia Abreu, ligada a setores ruralistas.