Haddad critica Paulo Guedes na Fazenda: “Banqueiro só pensa em juro”
Em entrevista exclusiva ao Metrópoles, o petista censurou o economista de Bolsonaro e atribui ao militar o clima de violência na campanha
atualizado
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Em entrevista exclusiva ao Metrópoles, o presidenciável Fernando Haddad (PT) deu pistas acerca do perfil da pessoa que comandará a economia do país, caso seja eleito para assumir o Palácio do Planalto. “Não quero um banqueiro como o Paulo Guedes [guru econômico de Bolsonaro], isso não”, declarou o petista. “Ministro da Fazenda tem de cuidar do emprego, tem de gerar postos de trabalho. Banqueiro só pensa em juro, penso mais em alguém ligado à produção”, acrescentou.
Veja a íntegra da conversa com o postulante à Presidência da República:
Haddad respondeu a perguntas do Metrópoles durante 20 minutos nesta quinta-feira (11/10). Ainda sobre economia, o ex-prefeito de São Paulo disse que o mercado financeiro reagiu bem à liderança de Jair Bolsonaro (PSL) no primeiro turno porque os bancos estariam alinhados ao seu adversário. “Essa coisa de vender as empresas estatais faz a bolsa subir. Todo mundo está de olho no Brasil, não pelo bem do Brasil, mas para o bem do bolso deles”, frisou.
Questionado quanto à ausência de autocrítica do PT em relação aos erros cometidos no período no qual o Partido dos Trabalhadores governou o país, o presidenciável citou a falta de controle interno das estatais como uma falha das administrações da sigla.
O candidato subiu o tom de voz ao comentar a proposta feita por Bolsonaro de pagamento de 13º salário a beneficiários do Bolsa Família. “Se tem um cara que meteu o pau no Bolsa Família a vida inteira, xingou o pobre, xingou o nordestino, disse que pobre engravida para ganhar Bolsa Família, foi meu adversário”, afirmou o petista.
O substituto de Lula também criticou o comportamento de Bolsonaro de defender a tortura e atribuiu ao militar o clima de violência da campanha eleitoral. “Quem é que defende regimes autoritários? Quem defende extermínio? Tortura?”, indagou, referindo-se ao candidato do PSL.
Diferença de 16 pontos
Depois de alcançar o segundo lugar no primeiro turno, o petista agora tem o desafio de derrotar o líder das pesquisas de intenções de voto, Bolsonaro (PSL), na mais radicalizada disputa eleitoral desde a redemocratização. De acordo com levantamento do Datafolha divulgado na noite de quarta-feira (10), Haddad tem 42% da preferência dos brasileiros para chegar ao Palácio do Planalto, contra 58% do rival.
O Metrópoles solicitou entrevistas aos dois candidatos que chegaram ao segundo turno. Haddad atendeu ao pedido nesta quinta (11). Bolsonaro ainda não respondeu ao portal.