Em vídeo, Mourão ataca Azevedo e Haddad sobre acusação de tortura
Cantor afirmou ter sido agredido pelo vice de Bolsonaro durante o regime militar e Haddad replicou as acusações durante entrevista
atualizado
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Após ser acusado por Fernando Haddad, postulante do PT ao Palácio do Planalto, de cometer tortura durante o regime militar, o general Hamilton Mourão, vice na chapa presidencial do candidato do PSL, Jair Bolsonaro, rebateu: “Como pode o senhor [Haddad] querer governar o nosso país se não consegue discernir a verdade da mentira? Aliás, ele não consegue discernir porque a mentira faz parte da vida dele”, disparou o militar em vídeo.
Baseado em declarações do cantor Geraldo Azevedo, Haddad afirmou, em entrevista ao jornal O Globo, que Mourão foi torturador. “Bolsonaro nunca teve nenhuma importância no Exército. Mas o Mourão foi, ele próprio, torturador. O Geraldo Azevedo falou isso. Ver um ditador como eminência parda de uma figura como Bolsonaro deveria causar temor em todos os brasileiros minimamente comprometidos com o Estado Democrático de Direito”, disse o presidenciável petista.
Nesta terça-feira (23/10), o militar justificou a impossibilidade de ter sido um dos agressores de Geraldo Azevedo – cantor e compositor que afirmou ter sido torturado por Mourão durante a ditadura. “Ontem, um cantor que desconheço, chamado Geraldo Azevedo, me acusou de havê-lo torturado em 1969. Muito bem. Em 1969, eu tinha 15 para 16 anos de idade, cursava o primeiro ano do segundo grau e era interno do colégio militar de Porto Alegre”, pontuou.
O vice de Bolsonaro desmentiu as acusações e alfinetou o postulante petista. “Hoje, em entrevista ao jornal O Globo, o candidato do Partido dos Trabalhadores, Fernando Haddad, repetiu essa mesma asneira. Portanto, minha gente, vejam o grau de mentira, o grau de estupidez, o grau de incoerência dessas pessoas”, criticou o general.
Mourão comentou ainda as falas do candidato do PT referentes às Forças Armadas. “Ontem, no programa Roda Viva, o senhor Fernando Haddad atacou as nossas Forças Armadas, dizendo que nós não teríamos condições de vencer uma guerra com a Venezuela. Desconhece a capacidade operacional daquelas forças as quais ele como presidente da República seria o comandante”, finalizou o militar.
Mourão disse que vai processar Geraldo Azevedo. Em nota, o artista pediu desculpa “pelo transtorno causado pelo equívoco e reafirmou sua opinião de que não há espaço no Brasil de hoje para a volta de um regime que tem a tortura como política de Estado e cerceia a liberdade de imprensa”.