“Ele deixou rastro e vamos atrás dele”, diz Haddad sobre Bolsonaro
Petista aponta jantares com empresários, nos quais seu adversário teria solicitado financiamento de divulgação de notícias falsas
atualizado
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O candidato do PT à Presidência da República, Fernando Haddad, disse nesta quinta-feira (18/10) que se empenhará em levar à Justiça e à Polícia Federal (PF) provas de que Jair Bolsonaro (PSL) pediu pessoalmente a empresários que apoiassem atos contra a sua campanha. Para Haddad, existem maneiras de demonstrar a articulação do seu adversário e de empresas para financiar e divulgar mensagens difamatórias contra o PT por meio do WhatsApp.
De acordo com o petista, muitos indícios têm chegado agora à campanha do PT e esses dados serão endereçados aos órgãos investigadores. “O fio da meada a Polícia Federal vai ter. Ele deixou rastro e nós vamos atrás dele”, disse o presidenciável durante entrevista coletiva em São Paulo.
“Vamos levar ao conhecimento da Justiça todos os indícios que temos. Alguns estão nos chegando agora, de reuniões nas quais ele pediu o apoio via WhatsApp. Ou seja, ele próprio, de viva voz, pediu apoio aos empresários e pediu que a doação fosse feita dessa maneira, de forma ilegal”, disse o petista.
Na quarta (17), o PT pediu investigação de Bolsonaro pelo que chamou de “fábrica de fake news“. Segundo reportagem publicada pelo jornal Folha de S.Paulo, empresas estão comprando pacotes de disparos em massa de mensagens contra o PT no aplicativo, e preparam uma grande operação na semana anterior ao segundo turno.
A prática é ilegal, pois se trata de doação de campanha por empresas, vedada pela legislação eleitoral, e não declarada. De acordo com o jornal, cada contrato chega a R$ 12 milhões e, entre as empresas compradoras, está a Havan. Os contratos seriam para disparos de centenas de milhões de mensagens. “Em qualquer lugar do mundo, isso seria um escândalo de proporções absurdas que provocaria impugnação e a chamada do 3º lugar para a disputa”, destacou o petista.