De generais a astronauta: a tropa de choque do presidente Bolsonaro
Recém-eleito tem lista com militares e apoiadores da campanha para compor corpo ministerial. Quatro já foram anunciados
atualizado
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Embora insista no discurso de que apenas quatro nomes estão confirmados para compor o governo federal a partir de 2019, o recém-eleito presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), tem trabalhado com uma lista bem maior. A tropa de choque do novo chefe do Executivo federal é composta desde militares a admiradores pessoais do capitão da reserva do Exército.
Por ora, Bolsonaro anunciou o deputado federal Onyx Lorenzoni (DEM-RS) como titular da Casa Civil, o general da reserva do Exército Augusto Heleno para o Ministério da Defesa, o economista Paulo Guedes para a pasta de Fazenda e Planejamento e o astronauta brasileiro Marcos Pontes para a Ciência e Tecnologia.
Presidente da União Democrática Ruralista (UDR), Nabhan Garcia, 60 anos, é cotado para assumir o Ministério da Agricultura e do Meio Ambiente, que seriam unificados. O pecuarista se aproximou de Bolsonaro ao longo da campanha e suas ideias são bem recebidas pelo militar.
Presidente interino do PSL, sigla pela qual Jair Bolsonaro se consagrou dono do mais alto posto do país, Gustavo Bebianno é cotado para assumir o Ministério da Justiça. Ele foi o responsável por coordenar a corrida do candidato peeselista ao Palácio do Planalto, assumindo desde a arrecadação de verbas até o contato com a imprensa. O advogado estreitou os laços com o capitão da reserva em 2017, ao oferecer defesa jurídica voluntária à campanha do militar. Bebianno viu seu espaço aumentar e a sua importância nessa relação.
Militares no comando
A composição do governo passa também pela indicação de integrantes do Exército. Além do vice-presidente, Hamilton Mourão (PRTB), e Heleno, o novo chefe do Executivo nacional angariou Oswaldo Ferreira – todos generais da reserva. Ferreira compôs o núcleo militar da campanha que se reunia em Brasília. Por sua passagem pelo comando do Departamento de Engenharia e Construção (DEC) do Exército, é cotado para assumir o futuro Ministério de Infraestrutura, pasta que deverá substituir a de Transportes.
Tenente-coronel da reserva da Força Aérea, o astronauta Marcos Pontes também entra na lista dos ministeriáveis militares.
Qual o problema de colocar militares em ministérios? Os anteriores colocavam terroristas e corruptos e ninguém falava nada
Jair Bolsonaro sobre nomear militares como titulares de ministérios
Confira os nomes já confirmados:
Educação, Cultura e Esportes podem virar um só ministério. Três nomes estão cotados para assumir a vaga. O ex-professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV) Stavros Xanthopoylos, o ex-ministro da Educação Mendonça Filho (DEM-PE) e o empresário Eduardo Mufarej, do grupo RenovaBR.
Bolsonaro afirmou ao longo da campanha – e escreveu em seu plano de governo – que irá reduzir a quantidade de pastas para 15. Não antecipou, porém, quais serão eliminadas ou incorporadas. Sinalizou com a redução de pelo menos metade dos 23 mil cargos comissionados na administração federal.
Transição
Ainda nesta semana, Bolsonaro deve vir a Brasília para dar início à transição de governo. Tudo indica que as reuniões ocorrerão dentro de um ambiente do governo no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB). Michel Temer (MDB) vai designar uma equipe para cuidar da passagem do bastão, dando acesso a informações da administração pública para os futuros governantes.
O objetivo é inteirar o novo corpo de funcionários acerca do funcionamento dos principais órgãos e entidades, bem como direitos e obrigações.
Embora o atual mandatário do país tenha dito que a transição já começa nesta segunda-feira (29/10), a equipe só tem autorização legal para trabalhar a partir do segundo dia útil depois do resultado do pleito. O processo de organização das informações é feito até 10 dias após a posse do presidente eleito, em 1º de janeiro de 2019. Uma das normas para a formação desse grupo é que ele seja integrado por até 50 membros, conforme previsto na Constituição Federal.
Confira todos os ministeriáveis de Bolsonaro e seus nomes fortes no Congresso Nacional: