Chegou a hora de Haddad ser “o Haddad”, diz Jaques Wagner
Coordenador da campanha do presidenciável petista, o baiano pretende agregar apoios do PDT e até do PSDB
atualizado
Compartilhar notícia
Antes cogitado como um possível candidato do PT à Presidência da República, o senador eleito pela Bahia Jaques Wagner cobrou, nesta segunda-feira (8/10), que Fernando Haddad assuma mais a própria personalidade. Segundo ele, o presidenciável petista deve, no segundo turno da eleição, se desprender da estratégia que o levou à próxima etapa da corrida eleitoral, quando a prioridade foi buscar a transferência dos votos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que teve a candidatura barrada pela Justiça Eleitoral.
“O Haddad chega ao segundo turno como a substituição do Lula. Agora, o Haddad do segundo turno é o Haddad”, disse Wagner, após uma reunião em São Paulo que o confirmou na coordenação da campanha do ex-prefeito da capital paulista ao Planalto.
Wagner destacou ser impossível “descolar” do ex-presidente, mas que “ninguém vive só do que foi”. “Agora, é hora de o Haddad dizer: o meu programa de governo”, afirmou.
Integrantes da campanha de Haddad e dirigentes de partidos aliados, como o PCdoB, defendem que o candidato do PT se coloque como o centro de sua campanha ao segundo turno, descolando da imagem de substituto de Lula que conduziu a estratégia da legenda na primeira etapa da eleição.
Defensor de uma aliança com Ciro Gomes (PDT) já no primeiro turno, Jaques Wagner conversou nesta segunda-feira (8) com o senador eleito pelo Ceará Cid Gomes, irmão de Ciro e um dos coordenadores da campanha do pedetista no primeiro turno.
O PT quer contar com o apoio de Ciro no segundo turno. “O próprio jeito dele, às vezes contundente, é importante, porque quando você está em um momento excepcional como esse tem que ter também uma forma diferenciada de entrar”, disse o senador eleito.
Apoio do PSDB
Agora na coordenação da campanha presidencial petista, Jaques Wagner reforçou ser possível buscar apoios do PSDB e de antigos adversários que queiram derrotar Jair Bolsonaro (PSL) no segundo turno, atraindo quem votou em adversários, se absteve e até votou no presidenciável do PSL.
Provocado para avaliar se o PT estaria em um patamar melhor de votos caso o candidato à Presidência fosse ele, Jaques Wagner procurou exaltar Haddad por considerar o ex-prefeito uma figura “nova” no partido e na política. “Não era para ser eu, o perfil não é meu”, disse. Ele também afirmou ter uma “alegria íntima e arretada” pela escolha do candidato petista para esta corrida presidencial.