Bolsonaro pede ao TSE direito de resposta na Folha de S.Paulo
Defesa do candidato alega que matéria torna-se, no mínimo, suspeita, “por ter sido produzida por uma jornalista declaradamente petista”
atualizado
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O candidato à Presidência da República, pelo PSL, Jair Bolsonaro, entrou, nessa sexta-feira (19/10), com uma ação junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na qual solicita direito de resposta no jornal Folha de S.Paulo, que, na última quinta (18), veiculou que Bolsonaro estaria sendo beneficiado por empresas que compraram pacotes de envios de mensagens via WhatsApp.
A defesa de Bolsonaro alega que, além de não haver qualquer fundamento e provas, a matéria torna-se, no mínimo, suspeita, por ter sido produzida por uma jornalista “declarada de esquerda e petista”. “E autorizada por editor simpatizante de Fernando Haddad [candidato do PT à Presidência da República], que já o favoreceu em outras eleições”, reclama a defesa.
“A Folha de S. Paulo agiu de forma omissa e sem qualquer cautela que se espera de um veículo de comunicação, o qual tem o dever e a obrigação de zelar pela veracidade de suas notícias, além de comprová-las, o que não o fez intencionalmente”, afirma a ação.
Segundo os advogados, é evidente que há a vontade de manipular o eleitor para definir o destino da nação, sem qualquer responsabilidade e ética.
“A empresa, desde o primeiro turno, estampou em suas notícias e matérias de opinião, fatos distorcidos e inverídicos, o que, mesmo que de forma intensificada, não conquistou a simpatia da população, cuja fé está desgastada pela corrupção do país, fato esse estampado nas urnas do primeiro turno e pesquisas eleitorais”, dizem os advogados.
Além disso, ressaltam, a matéria não permitiu o direito do contraditório. “Em nenhum momento o candidato foi consultado. A fake news trazida pelo jornal viralizou em proporções inimagináveis, se tornando notícia em praticamente todos os veículos de comunicação e mídias sociais, as quais, em sua grande maioria, mencionavam que Bolsonaro teria cometido crime eleitoral e praticado caixa 2, todos se baseando na matéria veiculada, a qual não possui qualquer fundamento ou veracidade”, concluem.
Postagens da UNE
Também junto ao TSE, Bolsonaro solicitou a exclusão de postagens publicadas no site da União Nacional dos Estudantes (UNE), que, segundo o presidenciável, seriam contrárias a ele.
Segundo a defesa do candidato, os conteúdos possuem “evidente prática de ato ilícito, uma vez que se trata de manifestação de pessoa jurídica de direito privado, mantida em parte com recursos públicos, o que, além de caracterizar abuso do poder econômico”.
De acordo com a ação, “não bastassem tais postagens no site da entidade, o que é totalmente ilegal, a imagem que aparece no canto superior direito intitulada “Bolsonaro Não” remete a uma página na rede social Facebook, com o mesmo nome, contando hoje com mais de 17 mil membros”, reforça..
“A diretoria da entidade manifesta-se publicamente contra o candidato, bem como é visível que foi elaborado material gráfico pela entidade com o fim de prejudicar a candidatura do candidato, além de desequilibrar o pleito em benefício dos candidatos adversários”, destaca a ação.
A ação também pede a exclusão de postagens na rede social da presidente da UNE, Marianna Dias, que mantém postagem que também prejudicam a candidatura de Bolsonaro em evidente apoio à candidatura de Fernando Haddad e Manuela Dávila.
Pontes com o MPF
A equipe de Bolsonaro já estabelece pontes com o Ministério Público Federal (MPF), segundo informou a coluna da Mônica Bergamo, na Folha de S.Paulo deste sábado. O deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS), indicado pelo presidenciável para a Casa Civil em seu eventual governo, abriu diálogo com procuradores.
Entre seus interlocutores está José Robalinho, presidente da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR). Os dois conversaram depois que Bolsonaro declarou à TV Globo que não respeitará a lista tríplice que procuradores elegem para indicar o procurador-geral da República. (Com informações do TSE)