Barbosa declara voto a Haddad e diz que Bolsonaro manipulou declaração
Bate-boca ocorreu no Twitter, após o ex-ministro do STF declarar voto no candidato do PT
atualizado
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O ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa acusou o candidato do PSL ao Palácio do Planalto, Jair Bolsonaro, de manipular informações. O ex-magistrado lamentou a prática do postulante do PSL ao longo da disputa pela sucessão presidencial, classificada como “triste campanha eleitoral”.
As declarações foram dadas em resposta a Bolsonaro, que, mais cedo, tinha ironizado o apoio de Barbosa, manifestado na manhã deste sábado (27/10), à candidatura de Fernando Haddad (PT) à Presidência da República. O militar da reserva pontuou que o ex-ministro havia declarado que somente ele (Bolsonaro) não foi comprado pelo PT no esquema de corrupção conhecido como Mensalão.
Em suas redes sociais, Joaquim barbosa divulga voto em Haddad, mas já está na história que ele mesmo disse que só Bolsonaro não foi comprado pelo PT no esquema de corrupção conhecido como Mensalão, que feria gravamente a democracia do nosso país anulando o Poder Legislativo. pic.twitter.com/79dRHsvGwH
— Jair Bolsonaro 1️⃣7️⃣ (@jairbolsonaro) 27 de outubro de 2018
A afirmação, endossada com a veiculação de trechos editados de falas do magistrado aposentado, gerou revolta em Barbosa, que considerou a publicação de Bolsonaro no Twitter como mais um caso de manipulação de informações registrado na campanha presidencial.
“Faço um esclarecimento público para desmentir uma manipulação que vem sendo feita ao longo desta triste campanha eleitoral”, assinalou Barbosa. “Até a data de hoje, ignorei completamente o uso do meu nome na campanha por um dos candidatos. Mudei de ideia porque hoje reiterou-se a manipulação”, ponderou.
Ao comentar sua saída da Corte, Barbosa destacou jamais ter emitido opinião sobre a Ação Penal nº 470, popularmente chamada de Mensalão, que envolvia, sobretudo, lideranças políticas e presidentes de partidos. Bolsonaro, conforme garantiu o ex-membro da mais alta Corte do país, não fazia parte do processo.
Bolsonaro não era líder nem presidente de partido. Ele não fazia parte do processo do Mensalão. Só se julga quem é parte no processo. Portanto, eu jamais poderia tê-lo absolvido ou exonerado. Ou julgado. É falso, portanto, o que ele vem dizendo por aí.
— Joaquim Barbosa (@joaquimboficial) 27 de outubro de 2018