Bolsonaro erra ao dizer que general e sargento ganham a mesma coisa
Por outro lado, o pré-candidato do PSL ao Palácio do Planalto acerta ao falar sobre resultado das audiências de custódia
atualizado
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Na semana passada, o pré-candidato do PSL ao Palácio do Planalto, Jair Bolsonaro, foi sabatinado pela Rádio Jovem Pan News. Ele falou sobre pesquisas eleitorais e tempo de TV. Além disso, a Lupa também checou outras entrevistas que o político deu no início de maio. Veja abaixo o resultado:
“[General, capitão e sargento] ganham basicamente a mesma coisa”
Jair Bolsonaro, pré-candidato do PSL à presidência da República, em entrevista ao Café na Política do dia 12 de maio de 2018.
Procurado, o Ministério da Defesa informou que um general do Exército – posto mais alto da força brasileira em tempos de paz – recebe, hoje, R$ 12.763 por mês. Um terceiro-sargento, por sua vez, ganha R$ 3.584 mensalmente. As remunerações não são, portanto, “basicamente a mesma coisa”, como diz o postulante ao Planalto. Há uma diferença de pelos menos R$ 3 mil de uma patente para outra. Questionado, Bolsonaro disse que não responderia.
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“Ele [Ciro] continua falando que quer indulto para o Lula”
Jair Bolsonaro, pré-candidato do PSL à presidência da República, em sabatina na Rádio Jovem Pan News, no dia 22 de maio.
A possibilidade de um indulto ao ex-presidente Lula apareceu pela primeira vez na coluna da jornalista Mônica Bergamo, publicada no jornal Folha de S.Paulo no dia 3 de maio. Conforme afirmava o texto, o PT proporia o benefício a candidatos de centro-esquerda que apoiassem a medida. “Esse deve ser um dos pontos centrais do discurso de campanha do partido [PT] caso tenha candidato próprio [em 2018]: tirar Lula da cadeia para que possa concorrer em 2022”.
Dois dias depois, o pré-candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes, falou sobre o assunto e criticou a estratégia do PT, dizendo que seria “uma burrice”. “O presidente Lula está a meio caminho de recursos [na Justiça]. Se a burocracia do PT cria uma campanha pelo indulto, o que ela está dizendo? Que o Lula será condenado em última instância”, afirmou Ciro. ”Isso nega a estratégia dos advogados do Lula (…) Não vou cair nessa burrice”.
No dia 15 de maio, na Suécia, Ciro foi questionado mais uma vez sobre o assunto e disse que conceder o benefício a Lula seria uma loucura e que o ex-presidente não aprovaria. “Indulto é apenas para aqueles que já foram condenados em todas as instâncias. E Lula ainda está recorrendo da decisão que o condenou”, declarou. Procurado, Bolsonaro disse que não responderia.
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“Todo mundo está próximo disso [rejeição de 50% nas pesquisas]”
Jair Bolsonaro, pré-candidato do PSL à presidência da República, em sabatina na Rádio Jovem Pan News, no dia 22 de maio.
A última pesquisa Datafolha, divulgada em abril, indica que apenas dois dos 19 nomes cotados como pré-candidatos à presidência da República têm rejeição próxima de 50%. São eles: o atual presidente, Michel Temer (MDB), com 64% de rejeição, e o ex-presidente e atual senador Fernando Collor (PTC-AL), com 41% (página 49).
Lula e Bolsonaro, que se alternam na liderança das intenções de voto nos cenários levantados pelo Datafolha, aparecem com 36% e 31% de rejeição, respectivamente. Geraldo Alckmin tem 29%; Ciro Gomes, 23%; Marina Silva, 22%; e Rodrigo Maia, 21%, enquanto outros onze políticos aparecem com um índice que varia entre 19% e 12%. O levantamento mostra ainda que 4% dos entrevistados rejeita todos os candidatos analisados pela pesquisa. Procurado, Bolsonaro disse que não responderia.
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“Estão crescendo 7% [no Paraguai]”
Jair Bolsonaro, pré-candidato do PSL à presidência da República, em sabatina na Rádio Jovem Pan News, no dia 22 de maio.
De acordo com dados do Fundo Monetário Internacional, o Paraguai cresceu 4,3% no ano passado. Em 2016, o crescimento foi de 4% e, em 2015, de 3% – bem abaixo dos 7% citados por Bolsonaro. O pré-candidato citou o país latino ao falar de suas ideias sobre política externa e defender a validade de acordos bilaterais. Procurado, Bolsonaro disse que não responderia.
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Sozinho, eu tenho a metade do tempo [de propaganda de TV] do Enéas [em 1989]”
Jair Bolsonaro, pré-candidato do PSL à presidência da República, em sabatina na Rádio Jovem Pan News, no dia 22 de maio.
O tempo reservado para cada candidato no horário eleitoral de TV só será conhecido depois de registradas todas as candidaturas – o que poderá ser feito até 15 de agosto. A propaganda partidária de candidatos à presidência vai durar 12 minutos e 30 segundos, de acordo com a Lei 9.504/97. Desse tempo, 90% vai ser dividido de acordo com o número de deputados de cada coligação e 10%, igualmente entre todos os candidatos. Como esse número ainda não é conhecido, é impossível dizer, agora, quanto tempo cada candidato terá.
Na campanha de 1989, o candidato do extinto Prona, Enéas Carneiro (1938-2007), tinha 15 segundos de TV em cada bloco de horário eleitoral gratuito. As regras para divisão do tempo de propaganda naquela época não eram as mesmas da eleição deste ano. Portanto, não é possível fazer essa comparação. Procurado, Bolsonaro disse que não responderia.
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“Audiência de custódia: você sabe que o policial prende o marginal em flagrante e, em menos de 24 horas, metade deles são postos em liberdade”
Jair Bolsonaro, pré-candidato do PSL à presidência da República, em sabatina na Rádio Jovem Pan News, no dia 22 de maio.
Segundo o Conselho Nacional de Justiça, 46% dos presos em flagrante levados a audiências de custódia são liberados. Mesmo assim, respondem a processo pelo crime que motivou a prisão. O estudo do CNJ foi divulgado em 2017 e levou em conta 955 audiências de custódia realizadas no Distrito Federal, no Rio Grande do Sul, na Paraíba e em Tocantins, Santa Catarina e São Paulo.