metropoles.com

Bolsonaro e PT são iguais, diz Alckmin em entrevista ao Metrópoles

Para o pré-candidato à Presidência, hoje há representação do corporativismo, de uma política atrasada: “O Brasil precisa crescer”, afirmou

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Michael Melo/Metrópoles
MMM_7223
1 de 1 MMM_7223 - Foto: Michael Melo/Metrópoles

O pré-candidato do PSDB à Presidência da República, Geraldo Alckmin, concedeu entrevista ao Metrópoles na manhã desta quarta-feira (20/6). Em cerca de 40 minutos de conversa, ele falou sobre alianças e fez questão de dizer o que o diferencia do rival nas urnas Jair Bolsonaro (PSL). “Eu quero voto dos conservadores, progressistas, jovens, homem, mulher. Para mim, eleição você não obriga, você conquista”, afirmou.

Para Alckmin, o concorrente é fruto de corporativismos e da deturpação da política brasileira. “Sempre tivemos eleitos para defender uma corporação. Isso não representa o sentimento de crescimento que o Brasil precisa. Se formos verificar, é igualzinho ao PT, os extremos se atraem”, enfatizou. O pré-candidato continuou a tese com o argumento de que Bolsonaro e PT defendem políticas atrasadas.

Assista à entrevista completa:

“O Brasil precisa avançar, desburocratizar, avançar em termos de qualidade. Os argumentos para isso estarão na campanha. Preservo a democracia, o povo não erra. Precisamos levar informações para a população”, disse.

Ao abordar a questão de alianças, o pré-candidato disse buscar partidos que não têm candidatos próprios à Presidência. Afirmou também não estar chateado com o flerte do DEM com o pré-candidato do PDT, Ciro Gomes. “Não me incomoda. Sou médico anestesista, sei controlar o estresse”, brincou.

“Nós queremos estar juntos, mas, se tiver candidato próprio, respeita-se”, afirmou Alckmin se referindo à pré-candidatura do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), ao Planalto. O tucano destacou parcerias estaduais do PSDB e do Democratas e lembrou que ainda há tempo para construir alianças antes do registro das chapas.

Firmou ainda posição sobre as negociações para possíveis coalizões. “Nenhum pré-candidato tem dois aliados. Nós já temos negociações avançadas com cinco partidos. Vamos divulgar isso no momento correto”, concluiu.

Michael Melo / Metrópoles

Para frente
O tom da pré-campanha de Alckmin é não olhar para trás. Ele optou por não comentar erros do presidente da República, Michel Temer, e disse pretender focar propostas para alavancar o crescimento do país e melhorar a economia. “Óbvio que a recessão petista provocou uma perda de 9% na renda do brasileiro, mas queremos olhar para frente”, disse.

Em referência aos mais extremistas, Alckmin diz que não é possível sanar problemas “à bala”. “Não vamos resolver à bala, criar emprego ou conquistar mercado à bala. Não vamos fazer UTI à bala. Eu pretendo unir o Brasil”, disparou.

Imunidade tributária e “PL do veneno”
Questionado sobre a imunidade tributária de igrejas, o ex-governador paulista defendeu a permanência do benefício. Embora diga que não pode haver vínculo entre o estado e a igreja, Alckmin diz que a instituição religiosa só traz benefício. Ele defende transparência nos incentivos fiscais.

“Não vejo nenhuma razão para tributar um templo, não produz parafuso, não produz carro, não é uma atividade produtiva e é importante. O governo deve ser laico. Não pode haver vínculo entre estado e igreja, mas não pode ser contra religião”.

Apesar disso, Alckmin defendeu ainda que se passe um “pente fino” nos benefícios tributários concedidos atualmente no Brasil. O tucano lembrou que, segundo o secretário da Receita Federal, Jorge Rachid, essas regalias somam R$ 283,4 bilhões, nos dias de hoje. “Vou rever incentivos. Temos quase R$ 300 bilhões, tem incentivo até para salmão. Não dá. Vamos passar um pente-fino nisso”, disse.

Ao ser questionado sobre a polêmica sobre ampliação de uso de agrotóxicos, matéria que tramita no Congresso Nacional e apelidada de “PL do veneno”, o presidenciável afirmou ser favorável à flexibilização do uso das substâncias. “Eu acho que nós temos ciência razoável, competência para preservar a saúde da população e dizer: isso aqui pode, isso aqui não pode. Brasil tem uma boa vigilância sanitária, tem a Anvisa. Os agricultores são os maiores defensores da sustentabilidade”.

16 imagens
1 de 16

Michael Melo/Metrópoles
2 de 16

Michael Melo/Metrópoles
3 de 16

Michael Melo/Metrópoles
4 de 16

Michael Melo/Metrópoles
5 de 16

Michael Melo/Metrópoles
6 de 16

Michael Melo/Metrópoles
7 de 16

Michael Melo/Metrópoles
8 de 16

Michael Melo/Metrópoles
9 de 16

Michael Melo / Metrópoles
10 de 16

Michael Melo/Metrópoles
11 de 16

Michael Melo/Metrópoles
12 de 16

Michael Melo/Metrópoles
13 de 16

Michael Melo/Metrópoles
14 de 16

Michael Melo/Metrópoles
15 de 16

Michael Melo/Metrópoles
16 de 16

Michael Melo/Metrópoles

Perfil
Com menos de 10% nas últimas pesquisas eleitorais, o tucano tem o desafio de compor alianças para tentar levar seu nome ao segundo turno da disputa. Em campanha pelo Palácio do Planalto pela segunda vez, o ex-governador de São Paulo agora apresenta-se aos eleitores amparado por parte da equipe econômica que criou o Plano Real, em 1994, e pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

Formado em medicina pela Universidade de Taubaté, Alckmin tem 65 anos e é especializado em anestesiologia. Chegou ao Palácio dos Bandeirantes em 2001, depois da morte do governador Mário Covas. Desde então, conquistou mais três mandatos para o executivo paulista.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?