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Ao cumprimentar Bolsonaro pela vitória, Marina Silva reafirma oposição

Em tom crítico, ela saudou o presidente eleito em respeito à Constituição, mas disse temer o desmanche de conquistas na área ambiental

atualizado

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Marina Silva 2
1 de 1 Marina Silva 2 - Foto: Rafaela Felicciano / Metrópoles

Candidata derrotada ao Palácio do Planalto pela Rede Sustentabilidade, Marina Silva emitiu nota cumprimentando o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL). A ex-ministra do Meio Ambiente do governo Lula saudou o militar da reserva “em respeito à nossa Constituição e às instituições democráticas, entre as quais está a Presidência da República”.

Marina teme o desmanche da estrutura de proteção ambiental, a desconsideração dos direitos das comunidades indígenas e quilombolas quanto à demarcação de suas terras, a minimização da importância dos direitos à diversidade e o risco de fragilização da Constituição Cidadão de 1988.

“O resultado das urnas me deixa, ao mesmo tempo, muito preocupada e modestamente confiante. Preocupada porque foram desencadeadas, na campanha, forças que ameaçam a democracia, pela mentira e pela violência, pela polarização extremada, pela potencialização do ódio e do medo. Confiante porque vejo a presença forte e vigilante de uma consciência cívica e democrática, enraizada em amplos setores da sociedade brasileira, que a torna capaz de resistir a todas essas ameaças”, escreveu Marina Silva.

Na segunda-feira (22), ela declarou voto crítico a Fernando Haddad (PT) “diante do pior risco iminente”. Segundo a candidata da Rede, o projeto político defendido por Bolsonaro representa “risco imediato para três princípios fundamentais da minha prática política”.

Bolsonaro eleito
Na oitava eleição presidencial realizada após a redemocratização do Brasil, Jair Bolsonaro (PSL) foi eleito presidente da República, quando o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) havia apurado 94,44% das urnas. Naquele momento, ele tinha 55,54% dos votos válidos. O petista Fernando Haddad somava 44,46%.

Como presidente eleito, em live transmitida de sua casa, no Rio de Janeiro, o peesselista agradeceu aos eleitores pelas orações e pela confiança depositada. “Sou integrante de um grande exército que sabe para onde quer ir”, disse o capitão da reserva. “Missão não se escolhe, se cumpre. Vamos juntos mudar o destino do Brasil”, conclamou.

Confira a nota de Marina Silva na íntegra

Cumprimento a sociedade brasileira em respeito à sua decisão soberana nas eleições de 2018 e desejo que cumpra o seu papel de fiadora e guardiã da democracia, acima de quaisquer paixões políticas.

Cumprimento o presidente eleito Jair Bolsonaro em respeito à nossa Constituição e às instituições democráticas, entre as quais está a Presidência da República.

Como afirmei no final do primeiro turno, farei oposição ao presidente eleito. Tenho plena consciência dos riscos imediatos para questões fundamentais da minha prática política, tais como o desmanche da estrutura de proteção ambiental conquistada ao longo de décadas, por gerações de ambientalistas; a desconsideração dos direitos das comunidades indígenas e quilombolas quanto à demarcação de suas terras; a minimização da importância dos direitos à diversidade e o risco de fragilização da Constituição de 88, marco histórico da recuperação de nossas liberdades individuais e sociais.

O resultado das urnas me deixa, ao mesmo tempo, muito preocupada e modestamente confiante. Preocupada porque foram desencadeadas, na campanha, forças que ameaçam a democracia, pela mentira e pela violência, pela polarização extremada, pela potencialização do ódio e do medo, pela ausência de um debate programático e o rebaixamento da opinião pública a um patamar inferior da racionalidade política. Confiante porque vejo a presença forte e vigilante de uma consciência cívica e democrática, enraizada em amplos setores da sociedade brasileira, que a torna capaz de resistir a todas essas ameaças.

Sei da importância da atuação de uma oposição democrática, sobretudo no contexto dessas eleições de 2018 e da realidade que passaremos a viver a partir de agora. Que ela coloque em primeiro lugar os interesses das pessoas e do país em vez do jogo puramente eleitoral e de projetos de poder ultrapassados, predadores, que colocam a hegemonia de grupos e partidos acima de tudo.

Junto com a sociedade continuarei minha luta histórica por um país politicamente democrático, economicamente próspero, socialmente justo, culturalmente diverso, ambientalmente sustentável, livre da corrupção, empenhado em se preparar para um futuro no qual os grandes equívocos do modelo de desenvolvimento sejam superados por uma nova concepção de qualidade de vida, de justiça, de objetivos pessoais e coletivos, de felicidade.

Espero que o resultado eleitoral seja acatado com serenidade e que todos os brasileiros e brasileiras assumam a política como o território legítimo da resolução de divergências e do debate de projetos e ideias para o bem do país.

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