Amoêdo sobre estatais: “Se transformaram no centro da corrupção”
Em entrevista ao Metrópoles, presidenciável do Novo disse que políticos usam as empresas públicas em benefício próprio
atualizado
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Pré-candidato à Presidência da República, João Amoêdo (Novo) disse em entrevista ao Metrópoles que defende a privatização de instituições públicas. “As estatais se transformaram no centro de corrupção. O melhor jeito de combater isso é deixá-las com a iniciativa privada”, afirmou.
Amoêdo defendeu que, se eleito, pretende fazer concessões à iniciativa privada. Segundo o pré-candidato, “cabe ao cidadão ser acionista ou não da Petrobras, do Banco do Brasil e da Caixa, e não o governo determinar isso”, acrescentou.
Confira a íntegra da entrevista:
O candidato do Novo ponderou sobre os processos de concessões, dizendo que deve-se “aumentar a concorrência para não sairmos de um monopólio público para um privado”. Amoêdo também citou a opção de escolha da população para serviços básicos. “As pessoas não querem ir ao hospital público e sim o privado. Na educação é a mesma coisa”, completa.
Durante anos ouvimos coisas que não são verdadeiras. Ouvimos que as estatais são estratégicas para a população e hoje ouvimos que são estratégicas para os políticos, que as usam para benefício próprio, para se perpetuarem no poder. No Brasil, pessoas acabaram tomando posições erradas
João Amoêdo, pré-candidato do Novo
Aécio
Embora afirme ser contra a corrupção, Amoêdo declarou que não se arrepende de, em 2014, ter apoiado a campanha de Aécio Neves (PSDB) à Presidência da República. O tucano é investigado em processos por obstrução de justiça e fraude em licitações públicas. “Não (me arrependo). A opção Dilma era pior. Se mostrou assim tanto que ela foi derrubada e deixou o país da forma que está hoje. O problema no Brasil é que o ruim está muito próximo do pior.”
Formado em engenharia civil pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e em administração de empresas pela PUC-Rio, Amoêdo é um dos fundadores do Partido Novo. Ele tenta emplacar a imagem de “outsider” da política, uma vez que não carrega passado eleitoral e nem experiência como gestor público. Até o momento, seu desempenho nas pesquisas eleitorais é tímido: soma 1% nas intenções de voto para o Palácio do Planalto.
A aposta do Novo para a corrida eleitoral fez carreira no mercado financeiro após ter começado como estagiário no Citibank, instituição na qual foi promovido a gerente com apenas 25 anos. Em 2009, entrou para o Conselho de Administração do Itaú-BBA, função que exerceu até 2015.