Alckmin: “Se Josué não for vice, vamos buscar outro nome”
O ex-governador ainda falou sobre as investigações que afetam nomes de seu partido e disse que
atualizado
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O ex-governador de São Paulo (SP) e pré-candidato à Presidência da República Geraldo Alckmin (PSDB) aproveitou sua participação no programa Roda Viva, transmitido às 22h15 na TV Cultura, para destacar que se o empresário Josué Gomes (PR) não for vice em sua chapa, “vamos buscar outro nome”.
Ele chamou Josué pelo sobrenome de seu pai, José Alencar, que foi vice nos dois mandatos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
“Os cinco partidos (Centrão) lembraram o nome de Josué Alencar, não fui eu. Sou admirador dele. Ele foi candidato a senador em Minas Gerais. Se não for ele, vamos juntos buscar um outro nome”, declarou.
Na ocasião, Alckmin também afirmou estar pronto para a disputa eleitoral, assim como para comandar o país. Na avaliação do postulante, o apoio dos cinco partidos integrantes do Centrão – PR, PP, DEM, PRB e Solidariedade – lhe proporcionará mais governabilidade.
“Me sinto mais preparado, mais maduro. O Brasil não é um país fácil. É o sexto ano de déficit primário. Minha meta é zerar esse déficit em até 12 anos. Vamos fazer esforços conciliatórios”, enfatizou.
“Todos (legendas) foram lá buscar o apoio dos cinco grandes partidos. Esse auxílio vai permitir promover as mudanças que o Brasil precisa. O Brasil vai sair do marasmo. Vamos fazer reformas necessárias. Não tem nada de toma lá da cá. Não tem nada disso, de nós contra eles”, enfatizou.
Intenção de voto
Ao ser questionados pelos jornalistas sobre sua participação nas pesquisas de intenção de voto nos estados brasileiros, o pré-candidato ao Palácio do Planalto afirmou que ” acho que vamos ganhar em São Paulo, e muito bem”.
“Há pessoas que se impressionam com pesquisas. Tem gente que nem sabem direito que sou candidato à Presidência. Os argumentos da campanha nem começaram. Vamos crescer muito em São Paulo”, completou. O pré-candidato possui 6% de intenções de votos, segundo pesquisa Ibope/CNI divulgada em 28 de junho.
Caixa 2
Em resposta sobre a possibilidade de ter ocorrido caixa 2 em suas campanhas, Geraldo Alckmin ressaltou que “nunca autorizou ninguém a receber nada”. Na ocasião, um dos participante da bancada lembrou a existência de denúncia relacionada ao caso. Mesmo assim, o político informou não acreditar na acusação porque, segundo ele, “não há fatos que provam isso”. Quero que isso seja resolvido logo. Nossas campanhas foram modestas e rigorosamente dentro da lei”, emendou.
Economia
No início da mesa redonda, o pré-candidato comentou o atual cenário econômico do país e apresentou sua principal intenção caso seja eleito presidente da República nas eleições deste ano. “Vou investir para o Brasil voltar a crescer. Precisamos de confiança, avançar na educação básica, nas reformas macro e micro econômicas, gerar emprego e renda”, pontuou. “É possível voltar a crescer 3% ou 4%. Vou trabalhar muito para ser eleito”, concluiu.
Trabalho
Sobre o retorno do imposto sindical, Alckmin disse que “não há hipótese” para isso acontecer. Segundo ele, a reforma vai possibilitar número menor de sindicatos. “Quero ficar com os sindicatos que realmente trabalham pela classe dos trabalhadores”, destacou o ex-governador, que disse estar estudando acabar com o Ministério do Trabalho. Ele evitou dar detalhes sobre esta questão.
Investigação
Alckmin ainda saiu na defesa do ex-diretor da Dersa e ex-secretário de Logísticas e Transportes em sua gestão no governo de São Paulo, Laurence Casagrande Lourenço, indiciado nesta segunda (23), pela Polícia Federal em inquérito que corre em segredo de Justiça. Ele é investigado por fraude à licitação, associação criminosa e falsidade ideológica.
“Tem uma denúncia e o importante é investigar rápido. Agora, eu acredito que o Laurence é uma pessoa correta e pode estar sendo vítima de uma grande injustiça”.
Ele ainda disse que sabia das alterações no valor do metro quadrado da obra do Rodoanel, trecho inteiramente tocado pela gestão Alckmin, objeto de investigação da PF.“Não só chamou a atenção como estou explicando que foi fruto de um debate”, disse. “Encontrei aqui rochas gigantescas”, justificou.
Preso desde o início de julho, Laurence foi indiciado juntamente com outros 11 alvos da Operação Pedra no Caminho, que investiga desvios de R$ 600 milhões no Rodoanel Norte.
Sobre as investigações em relação ao senador Aécio Neves (PSDB-SP), Alckmin repetiu que o PSDB não “passará a mão na cabeça” do mineiro, mas ressalvou que ele não foi acusado de nada.
“Se o Aécio foi acusado, vai se defender e vai se explicar. Não passamos a mão na cabeça de ninguém. Agora, ele não foi acusado”, ponderou. “Nossa posição é de total apoio à Lava Jato”, enfatizou.
Segurança
O ex-governador de São Paulo apontou a construção de presídios e a vigilância de fronteiras como forma de combater o crime organizado. Ele foi questionado sobre o controle de facções como o PCC, que durante suas gestões cresceu e ganhou poder em São Paulo e, atualmente, se expandiu por outros estados do país.
“Não tem como ter uma boa segurança sem um bom sistema penitenciário. É obvio que o crime tem de estar em segurança máxima. Agora, o combate ao crime é permanente. O grande problema hoje é o tráfico de drogas e tráfico de armas as fronteiras estão abertas”, disse o tucano.
Outra ideia é a criação de uma guarda nacional permanente e de trabalhar em conjunto com as forças dos demais países da América do Sul.
Perfil
Em 1970, Geraldo Alckmin iniciou sua trajetória na política por meio do Movimento Democrático Brasileiro (MDB), antigo PMDB. Além de ter sido vereador em Pindamonhangaba (SP), sua cidade natal, ele foi eleito prefeito da cidade.
No fim da década de 1980, Alckmin foi um dos fundadores do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB). Por meio da sigla, ele concorreu em 2006 à Presidência da República, mas perdeu para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em 2010, o político foi candidato ao governo de São Paulo e ganhou a disputa no primeiro turno, com 50,63% dos votos. Quatro anos depois, Alckmin conseguiu se reeleger com 57,3% dos votos das urnas.