TSE aponta mais de 200 mil casos de indícios de fraudes em doações
Pessoas mortas, empresários ligados à administração pública e outros casos somam mais de R$ 600 milhões usados para financiar candidatos
atualizado
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O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) divulgou nesta quarta-feira (05/10) um levantamento de possíveis irregularidades na Campanha Eleitoral de 2016. Em conjunto com o Tribunal de Contas da União (TCU), a Justiça Eleitoral apontou que cerca de 200 mil casos apresentam suspeitas de fraudes — o montante pode chegar a R$ 659.364.470,23.
Entre as possíveis irregularidades, estão casos que envolveriam doações de beneficiários do bolsa família, de pessoas desempregadas e, até mesmo, de falecidos.
As empresas privadas que recebem recursos da administração pública fizeram doações que chamaram a atenção da auditoria. Os sócios dessas corporações deram um total de R$ 187.263.765,45 para as campanhas. Doadores cuja renda declarada formalmente é incompatível com os valores doados somaram R$ 207.119.049,07. Casos como o do professor universitário que doou R$ 300 mil e o sócio de um candidato que injetou R$ 3 milhões de recursos próprios, também serão investigados.
Os candidatos são obrigados a enviar à justiça as doações recebidas no prazo de até 72 horas, a contar do recebimento, de acordo com a lei nº 13.165/2015. Com isso, é possível confrontar os dados declarados e fazer o levantamento das possíveis irregularidades, através do Núcleo de Inteligência Eleitoral. Esses números fazem referência à campanha eleitoral municipal que teve votação no último domingo (2). Todos os nomes dos envolvidos são mantidos em sigilo e os casos serão investigados pelo Ministério Público. Caso seja comprovada a fraude, as penas são de multa e cassação de registro dos candidatos.