PF investiga compra de votos em esquema de “pirâmide” no Entorno
Líderes do esquema recrutavam pessoas no Novo Gama (GO) e cada integrante que aceitasse atuar angariando eleitores para os políticos recebia dinheiro. Quem tivesse melhor desempenho galgava posições na organização e recebia mais recursos
atualizado
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A Polícia Federal investiga um esquema peculiar de compra de votos no Novo Gama (GO), no Entorno. De acordo com a denúncia apurada pela Delegacia de Defesa Institucional (Delinst), da Superintendência da PF no Distrito Federal, a organização estava tão articulada que um grupo ligado a candidatos à prefeitura da região estava trabalhando no desenvolvimento de um software para computar as transações financeiras. O esquema, conforme apurou o Metrópoles, funcionava no formato de pirâmide.
O modelo dependia basicamente do recrutamento de pessoas. Cada integrante que aceitasse atuar angariando eleitores para os políticos ganhava uma remuneração. Eles tinham o papel de “consultores de um produto final”, que era o voto. Aqueles que se destacavam subiam na pirâmide e ganhavam mais dinheiro.Quatro mandados foram expedidos na 4ª Vara Eleitoral do Novo Gama pela juíza Polliana Passos Carvalho. Foram três de busca e apreensão e um de condução coercitiva. Esse último, no entanto, não foi cumprido pois o alvo, segundo a PF, fugiu. A perícia ainda examina o material apreendido. Detalhes sobre os locais de cumprimento dos mandados e os nomes dos suspeitos não foram revelados, pois o processo segue em sigilo.
Penalidade
Além de ser crime comprar votos, o Ministério da Fazenda e a Receita Federal proíbem qualquer tipo de negócios em pirâmide. A infração está descrita na Lei nº 1.521 de 1951, que trata a modalidade como crime contra a economia popular. A punição para os responsáveis pode variar de seis meses a dois anos de detenção.
Atentos aos crimes eleitorais, a Polícia Federal mobilizou cerca de 90 agentes para atuar no fim de semana das votações. Os policiais que foram escalados atuarão em 33 municípios goianos, que são de responsabilidade da Superintendência da PF no Distrito Federal.
Campanha indevida
Em uma dessas ações, a Polícia Federal cumpriu, nesta quinta-feira (29/9), mandados de busca e apreensão em Planaltina de Goiás. A ação atende a um pedido da Vara de Justiça da cidade e os mandados foram cumpridos por agentes da Delegacia de Defesa Institucional da PF.
A ação foi para recolher material irregular de campanha. Entre os alvos, o comitê do candidato do PROS, Dr. Davi, à prefeitura de Planaltina de Goiás, e a gráfica responsável por produzir panfletos e banners para a sigla. A ação teve o apoio do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de Goiás.