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Lula sobre derrotas do PT: “Alternância de poder é da democracia”

O ex-presidente comentou os resultados ruins do Partido dos Trabalhadores nas eleições municipais de 2016

atualizado

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WILTON JUNIOR/ESTADÃO CONTEÚDO
Luiz Inácio Lula da Silva
1 de 1 Luiz Inácio Lula da Silva - Foto: WILTON JUNIOR/ESTADÃO CONTEÚDO

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse na noite desta terça-feira (4/10), ao comentar o desempenho do PT no primeiro turno das eleições municipais, que “a alternância de poder é a beleza da democracia” e, embora não tenha feito referência direta ao resultado das urnas em São Paulo, afirmou que “quem ganhou agora pode perder em 2018, em 2022”.

O líder petista deu uma rápida entrevista depois de participar da abertura de um seminário internacional de sindicalistas e trabalhadores da indústria. Questionado sobre a diminuição no número de prefeituras administradas pelo PT, Lula respondeu: “Em uma eleição você cresce, na outra você cai, em uma ganha, em outra perde. Democracia é isso. Se estivesse escrito que o PT não podia perder nunca, eu não ia criar um partido político. É uma disputa”. O ex-presidente evitou comentar casos específicos sobre o desempenho do PT. “Se eu começasse o ano sabendo quem ia ser prefeito ou governador, eu não participaria (das eleições).”

Lula disse ainda que “a direita conservadora deu um golpe parlamentar porque decidiu que a presidente reeleita (Dilma Rousseff) não devia continuar a governar” e fez várias críticas ao governo de Michel Temer (PMDB).

Lula citou em particular a reforma da Previdência e a proposta de emenda constitucional (PEC) que fixa um teto para gastos federais. “Se a PEC for aprovada, vão congelar investimentos em saúde e educação por 20 anos”, alertou o líder petista.

Para o ex-presidente, o governo “promete coisas que são um retrocesso extraordinário”. Lula conclamou os sindicatos a não permitirem, por exemplo, que encomendas deixem de ser feitas à indústria naval brasileira e que voltem para o exterior. “A indústria naval, quando cheguei à Presidência, tinha apenas 2 000 trabalhadores. Entre 2003 e 2014, criamos 82 mil postos de trabalho na indústria naval, que eles agora estão destruindo. Já destruíram 40 mil”, afirmou Lula. “Os sindicatos não podem permitir que nossas plataformas e sondas sejam contratadas na China ou na Coreia. Tem um tipo de governante nesse País que tudo que sabe fazer é vender o patrimônio público para retirar a responsabilidade de governar.”

Em mais uma crítica ao governo Temer, Lula afirmou: “Toda vez que governante fala em corte de gasto público, significa redução do investimento, significa cair o salário do trabalhador”. Aos sindicalistas estrangeiros, o ex-presidente disse que “a precarização do trabalho é uma realidade no mundo todo”

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