Eleição e “clima ruim” seguram marcação de sabatina de Galípolo
Governo pleiteou a sabatina de Gabriel Galípolo para a semana de 10 de setembro, mas o cenário é inviável
atualizado
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A intervenção do ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, na sabatina de Gabriel Galípolo, indicado do governo para o presidente do Banco Central (BC), na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal não agradou os senadores.
O ministro indicou que o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), seria o relator da sabatina de Galípolo. No entanto, a prerrogativa é do presidente da CAE, o senador Vanderlan Cardoso (PSD-GO).
Jaques Wagner deverá relatar a sabatina do indicado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Banco Central, mas o anúncio feito por Padilha antes mesmo de que Vanderlan Cardoso pudesse se manifestar desagradou os senadores.
Data da sabatina
O governo federal tentou cravar a semana de 9 de setembro para sabatina de Gabriel Galípolo. Apesar disso, a data foi considerada inviável pelos senadores que gostariam de mais tempo para discutir o caso.
Como o Metrópoles mostrou, os parlamentares desejam que a arguição fique para depois do primeiro turno das eleições municipais, marcada para 6 de outubro.
Após da sabatina, a CAE ainda precisará votar a indicação de Galípolo e, depois, seguir para apreciação no plenário do Senado, que ainda não tem data para ocorrer. O nome de Galípolo não enfrenta resistência na Casa Legislativa, tanto que ele já foi sabatinado para o cargo atual (diretor de política monetária do BC) e foi aprovado sem dificuldades.
Articulação de Padilha
Alexandre Padilha comanda a Secretaria de Relações Institucionais, responsável pela articulação política do governo, especialmente com o Congresso Nacional e com os Estados e municípios.
Todavia, o ministro não tem boa interlocução no Congresso Nacional, com destaque para Câmara dos Deputados, onde ele é visto como “desafeto” pessoal do presidente da Casa Legislativa, Arthur Lira (PP-AL).
Agora, com a divulgação de Jaques Wagner como relator antes da manifestação do Senado Federal, o clima não é dos mais agradáveis com Alexandre Padilha.