metropoles.com

Educação sexual deve ser usada como arma contra desinformação

Especialista indica que familiares e professores falem com os jovens sobre sexualidade e relacionamento afetivo-sexual

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
iStock/Foto ilustrativa
Imagem em preto e branco mostra uma mão fechada em primeiro plano, e, ao fundo, a imagem de uma menina desfocada com a cabeça baixa - Metrópoles
1 de 1 Imagem em preto e branco mostra uma mão fechada em primeiro plano, e, ao fundo, a imagem de uma menina desfocada com a cabeça baixa - Metrópoles - Foto: iStock/Foto ilustrativa

Tabu para muitas famílias e professores brasileiros, a educação sexual é utilizada por muitos como algo que irá acabar com a ingenuidade das crianças ou influenciar os adolescentes. Entretanto, o intuito desse tipo de ensino tem como objetivo, justamente, esclarecer dúvidas dos jovens sobre sexo, preconceitos, infecções sexualmente transmissíveis (IST) e assuntos relacionados.

Dados da Pesquisa de Opinião sobre Religião, Aborto, Política e Sexualidade no Brasil apontam que 92% dos brasileiros acreditam que estudantes do ensino médio devem ter informações sobre métodos contraceptivos e 99% concordam que a educação sexual pode combater a violência sexual. O levantamento foi realizado entre março e abril deste ano

“A escola e a família podem e devem abordar todas as questões ligadas à sexualidade e ao relacionamento afetivo-sexual. Como também ensinar esses alunos a cultivarem a responsabilidade e o respeito com o próprio corpo e com o corpo de outras pessoas” afirma a bióloga e professora do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade de Brasília Fernanda Paulini.

4 imagens
Em média 400 mil adolescentes engravidam por ano no Brasil
Expressão de afeto sensualizada e regressão de comportamento podem ser um dos sinais apresentados por crianças que sofreram violência sexual
Educação sexual apresenta aos adolescente métodos contraceptivos e formas de prevenção contra Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST)
1 de 4

Fique atento as mudanças de comportamento das crianças e denuncie casos de violência sexual

Unsplash
2 de 4

Em média 400 mil adolescentes engravidam por ano no Brasil

Pixabay
3 de 4

Expressão de afeto sensualizada e regressão de comportamento podem ser um dos sinais apresentados por crianças que sofreram violência sexual

Unsplash
4 de 4

Educação sexual apresenta aos adolescente métodos contraceptivos e formas de prevenção contra Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST)

Rovena Rosa/Agência Brasil

Violência sexual

O Atlas da Violência 2021, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) indica que 47% dos casos de violência sexual registrados em 2021 as vítimas tinham entre 10 e 19 anos. Já 28% das ocorrências, são entre crianças de 0 a 9 anos.

Em maio, cinco alunos do Colégio Estadual Rui Barbosa, em Campo Limpo de Goiás, denunciaram ter sofrido abuso sexual, após assistirem uma palestra sobre a temática. Os jovens relataram à Polícia Militar que os agressores estavam em sua esfera familiar ou eram pessoas próximas.

Na época, a Polícia Militar foi acionada após solicitações do Conselho Tutelar da cidade juntamente com funcionários da instituição após cinco estudantes relatarem os abusos.

“A equipe em apoio foi até o colégio estadual Rui Barbosa, onde após realizar uma palestra sobre abuso sexual, vários adolescentes denunciaram seus supostos abusadores”, disse a corporação ao Metrópoles.

Paulini destaca que a importância de usar palavras corretas para se referir as partes intimas das crianças podem ajudar a prevenir a violência sexual.

“O importante é ser claro com a criança. Por exemplo, explicar o que são ‘partes íntimas’. Usar as palavras corretas, vulva e pênis também é importante, para mostrar que isso não é vergonhoso”, reforça.

Gravidez na adolescência

Dados do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) apontam que em 2020, no Brasil, 26% das meninas se casaram antes dos 18 anos e 6% antes de completarem 15 anos. O relatório do Fundo de População das Nações Unidas (Unfpa), divulgado em julho, indica que, no Brasil, 57% das grávidas possuem idades abaixo de 17 anos.

Alguns pais e responsáveis possuem dificuldade de falar com filhos sobre métodos contraceptivos e possíveis duvidas que as crianças possam ter sobre o sexo. Muitas vezes não se sabe o momento certo para falar sobre o assunto e muitas vezes ficam constrangidos com o tema.

Fernanda Paulini reforça a importância da educação sexual para adolescentes para o trabalho de igualdade de gênero dentro do ambiente escolar.

“Ela deve promover a autonomia moral e intelectual para prevenir que jovens e adultos se tornem frustrados em sua vida afetivo sexual e que isso seja de igual importância também na atenção à gravidez não planejada, violência sexual e transmissão de IST”, explica a professora da UnB.

Paulini explica que para educar as crianças sobre sua sexualidade pode ser útil para que os pequenos saibam reconhecer situações de perigo e possam procurar ajuda.

Fique atento aos sinais

As crianças que sofrem qualquer violência demonstram sinais, principalmente quando são vítimas de abusos sexuais. Pais, professores, responsáveis e pessoas próximas precisam ficar atentas às mudanças de comportamentos que os pequenos possam ter.

Principais sinais:

  • Baixar desempenho escolar;
  • Mudanças extremas e súbitas no comportamento das crianças;
  • Culpa e autoflagelação;
  • Expressão de afeto sensualizada;
  • Regressão de comportamento;
  • Demonstração de medo ou repulsa de um parente ou familiar em específico.

Para denunciar casos de violência sexual, as vítimas ou os responsáveis podem procurar o canal de denúncia da Mulher, Família e dos Direitos Humanos, o disque 100.

Além disso, a Central de Atendimento à Mulher em Situação de Violência também recebe denúncias sobre violência sexual, basta ligar para o 180.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?