Meninas relatam o desafio de desbravar o ensino técnico em tecnologia
O Germinare TECH incentiva meninas na área da tecnologia e cria um ambiente de aprendizado e projeção de futuro na profissão
atualizado
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A inclusão das mulheres na tecnologia ainda é um desafio para a sociedade, mas se engana quem acha que isso não está caminhando para a mudança. O segredo está no incentivo e na abertura de espaço para que elas assumam cada vez mais o protagonismo e mostrem suas habilidades.
A Germinare TECH, uma das escolas do Instituo J&F, é responsável por formar desenvolvedores de sistemas ou analistas de dados. Mostrando que o mundo tech também é feminino, muitas meninas fazem parte da escola e imaginam um futuro na área.
A história de Lívia Laur e Gabriela Machado, estudantes da instituição, é muito parecida. As duas meninas de 16 anos, estudantes do 2° ano do ensino médio, começaram a se interessar por tecnologia aos poucos e em situações cotidianas.
Lívia, começou jogando com o irmão e, nas aulas de informática, foi se intensificando o interesse.
“Quando eu fui crescendo, começaram as aulas de informática na escola, fui aprendendo um pouquinho de Python e de HTML/CSS. E aí foi despertando um pouco de interesse. Quando surgiu a oportunidade do processo de admissão no Instituto, eu me descobri de verdade”, afirma Lívia, referindo-se a linguagens de programação.
Gabriela sempre foi antenada em tecnologia e a família já tinha com quem contar quando precisava de ajuda com algum dispositivo. No entanto, a área de programação era desconhecida pela estudante até a entrada no instituto.
“Eu descobri que eu gostava bastante porque eu vi muita ligação do curso com matemática e é uma matéria que eu sempre gostei muito, principalmente de resolver as questões. E via isso como um desafio e eu sempre gostei muito de desafio. Quando eu comecei o curso foi bem desafiador, porque eu não sabia nada. Então foi um mundo novo quando eu entrei aqui.” relata a estudante.
Vencendo as dificuldades
O preconceito ainda é uma realidade para as mulheres dentro da área de tecnologia. As estudantes relatam muitas vezes a necessidade de se provar no dia a dia e mostrar para os meninos que elas também têm a capacidade e o conhecimento necessário. Gabriela explica que “geralmente os meninos tendem a se comunicar mais entre eles por simplesmente pensar que, como nós somos mulheres, a gente não vai entender tanto quanto eles”.
A Gerente de soluções de TI do Instituto J&F, Ana Paula Leão, conta que o instituto hoje possui um cenário onde existe um nível bem alto de meninas assumindo o lugar de destaque.
“A gente começa a virar um pouco essa chave, não só porque elas mostram, mas também porque eles começam a entender que tem meninas na ponta e que eles precisam correr atrás.”, aponta Leão.
Tanto Lívia quanto Gabriela fazem parte de uma pequena parcela dos jovens que tem acesso ao ensino técnico no Brasil. Em 2023, dados do Insper revelaram que apenas 8% dos jovens que concluem o ensino médio no Brasil cursaram a modalidade de ensino profissionalizante, enquanto isso, a média dos concluintes desse modelo em países membros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) é de 32%.
Gabriela, que veio de uma escola pública, já relata a diferente realidade percebida ao ter a oportunidade de ingressar no instituto e ter acesso a uma educação profissionalizante.
“Eu vim de escola pública, então é outro universo. Não tinha tanto esse contato com a tecnologia. Foi muito muito louco quando eu entrei aqui e eu vi o pessoal falando sobre coisas que eu não fazia ideia antes, então é muito muito diferente assim, principalmente o estágio. Todo mundo quer que você cresça, então esse impulso que a gente tem é muito legal é muito diferente de tudo que eu já vi”, conta.
Ana Paula explica que tudo isso é consequência dessa união de empresa e escola.
“Colocar o objetivo naquilo que a gente ensina é o que faz sentido para eles e eles aprendem com muito mais rapidez. Acho que o foco da escola e da empresa é muito nesse sentido. Você tá unindo essas duas fontes e aí você potencializa o aprendizado.”