Maiores de 60 anos buscam cursos técnicos para desenvolvimento pessoal
Instituto oferece cursos técnicos para pessoas maiores de 60 anos, promovendo interação e conhecimento
atualizado
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A mudança de rota, mesmo após tantas experiências, é uma das oportunidades que os cursos técnicos proporcionam. A diversidade de campos de atuação e a curta duração se tornam atrativos para pessoas com mais de 60 anos que buscam qualificação.
A busca por aprender, ou mesmo ocupar seu tempo, foi o que levou Iolanda Nunes, de 72 anos, para o campus do Instituto Federal de Brasília (IFB) Ceilândia em 2017. Dona de casa durante boa parte da vida, ela frequenta a sala de aula para aprender sobre informática e fazer novas amizades.
“A minha profissão sempre foi cuidar da casa e, depois, as coisas apertaram financeiramente, e eu resolvi trabalhar como diarista. Cheguei a ficar 30 anos trabalhando em uma casa, mas tive um problema de arritmia e precisei voltar para casa”, conta Iolanda.
Hoje, ela conta que se encontrou nas aulas de informática e que, além de aprender atualidades da área, ainda sobra tempo para encontrar as amigas e “fofocar”. O aprendizado é básico e inicial, mas é uma forma de ajudar na interação e de facilitar atividades básicas do dia a dia como o uso do WhatsApp.
“A gente está aprendendo o básico, como o WhatsApp e as configurações dele. Nossa aula hoje foi sobre como mexer no Instagram e na próxima vamos aprender a instalar o aplicativo. Aprendemos devagar, mas o importante é nunca deixar de aprender”
Iolanda também conta que sai todos os dias feliz em rumo ao aprendizado e que conta com a ajuda da neta para colocar em prática tudo o que aprendeu nas aulas.
O coordenador do IFB60+ e doutor em gerontologia, Jocênio Marquios, conta que o principal foco do programa é a inclusão de pessoas com mais idade, principalmente na área da tecnologia. “A saúde deles também é beneficiada. A convivência em comunidade ajuda a esquecer os problemas, fazer novas amizades e compartilhar conhecimentos.”
Ele explica que a sala conta com os computadores, em que eles aprendem os princípios básicos da informática. Os alunos também têm aulas voltadas para smartphones.
Um caso marcante para o coordenador foi de uma senhora que chegou com depressão e terminou o curso com um quadro bem melhor e muito mais saudável. “Percebemos que o curso faz diferença na vida deles, muito ficam em casa sozinhos e eles precisam dessa dessa vivência em sociedade e associar aos estudos é sempre uma boa alternativa.”
“O objetivo realmente é propor um ambiente onde eles possam interagir e aprender coisas novas. Eles passam a entender que não tem idade limitem para aprender”, diz o coordenador.
O campus de Ceilândia está oferecendo 60 vagas destinadas para o público maior de 60 anos e com ensino médio incompleto. Os cursos são: PlateadosTech+, Letramento em Libras e Espanhol Básico.
Pessoas com mais de 60 anos podem realizar a inscrição no curso de preferência até o dia 30 de agosto, no site do IFB.