Vélez é recebido com protesto de estudantes em audiência no Senado
O ministro foi convidado a explicar aos senadores as diretrizes da sua administração à frente do Ministério da Educação
atualizado
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A participação do ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodrigues, na audiência pública na Comissão de Educação do Senado foi marcada por protestos de estudantes contra as medidas anunciadas — e depois canceladas — pelo governo.
Após entrarem no plenário, representantes da União Nacional dos Estudantes sacaram mordaças feitas de ataduras e começaram a colocar os adereços. Os seguranças do Senado tentaram impedir o ato, tomando os pedaços de tecido das mãos dos estudantes. Houve um início de tumulto e o presidente da comissão, senador Dario Berger (MDB-SC), ameaçou esvaziar o plenário da comissão.
Os estudantes protestavam contra medida adotada pelo Ministério da Educação que solicitou às escolas vídeos de alunos cantando o Hino Nacional. Em e-mail enviado as todos os colégios do país, o MEC pede ainda para que professores leiam uma carta escrita pelo ministro, cujo final traz o slogan do governo: “Brasil acima de tudo. Deus acima de todos”.
De acordo com Bruna Brelaz, diretora de Relações Institucionais da UNE, a intenção era fazer um protesto silencioso e tranquilo. “A gente veio fazer uma manifestação silenciosa e até mesmo acompanhar a audiência pública que o ministro da educação veio apresentar”, disse Bruna.
“Viemos mostrar que somos contra as declarações do ministro quando ele fala da privatização das universidades e do ensino superior, fala em escola sem partido, um tema muito complexo e delicado. Nós não concordamos com o Escola sem Partido. Nossa manifestação seria de forma pacífica, tranquila e apresentar o posicionamento das entidades”, disse a estudante.
“Já que é uma audiência pública, como não pode ser colocada a opinião dos estudantes”, questionou.
A diretora de Comunicação da UNE, Estefanie Kavaleski, chamou de “repressão” a reação dos seguranças. “A gente não quer atrapalhar a audiência com o ministro, mas somos contra qualquer tipo de mordaça colocada dos estudantes”, disse ela.