Unicef: 5,1 mi de crianças e adolescentes ficaram sem aulas em 2020
Dados do Brasil foram divulgados pelo Unicef e revelam tamanho do prejuízo causado pela Covid. Em 2019, número registrado foi de 1,1 milhão
atualizado
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Estudo divulgado nesta quinta-feira (29/4) pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) revela que, em novembro do ano passado, mais de 5,1 milhões de crianças não tiveram acesso à educação no Brasil, devido à pandemia do novo coronavírus.
Em 2019, cerca de 1,1 milhão de crianças e adolescentes no país estavam fora da escola. Ou seja, houve aumento de 389% em apenas um ano.
Na prática, aproximadamente 13,9% dos brasileiros com idades entre 6 e 17 anos não frequentaram a escola em 2020. Em algumas localidades, sobretudo no Norte e Nordeste, essa taxa ultrapassa os 30%.
Desse grupo, 41% eram meninos e meninas de 6 a 10 anos de idade – faixa etária em que a educação, segundo a Unicef, estava praticamente universalizada antes da pandemia. Outros 27,8% tinham entre 11 e 14 anos; e 31,2%, entre 15 e 17 anos.
O representante do Unicef no Brasil, Florence Bauer, afirma que os números são alarmantes e que o país corre o risco de regredir mais de duas décadas no acesso de crianças à educação.
“São crianças dos anos iniciais do ensino fundamental, fase de alfabetização e outras aprendizagens essenciais às demais etapas escolares. Ciclos de alfabetização incompletos podem acarretar reprovações e abandono escolar”, diz.
“É urgente reabrir as escolas em segurança e tomar todas as medidas necessárias para garantir o direito de aprender”, complementa Bauer.
Além disso, o estudo mostra que a exclusão foi maior entre pretos, pardos e indígenas, que correspondem a 69,3% do total de crianças e adolescentes sem acesso à educação.
Leia a íntegra do relatório:
Cenario Da Exclusao Escolar No Brasil by Tacio Lorran Silva on Scribd