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Quer fazer intercâmbio? Veja as dicas de quem já viveu a experiência

O Metrópoles entrevistou especialistas e quem já estudou fora do país, para ajudar aqueles que desejam concretizar o sonho

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1 de 1 Multiracial Group of Friends with World Globe Map - Foto: iStock

Realizar o sonho de uma viagem internacional para estudar envolve muito planejamento. Sem dúvida, é um investimento com grande potencial de retorno. Quem faz intercâmbio costuma voltar com ampla bagagem profissional e pessoal. O Metrópoles conversou com especialistas e estudantes que já foram ao exterior e preparou uma lista de dicas essenciais.

Escolha o país. Entenda as etapas dos processos admissionais das universidades estrangeiras.

IstokUse e abuse das informações disponibilizadas nos sites das universidades. As instituições avaliam fatores como fluência em outra língua, desempenho acadêmico, resultados em vestibulares, opiniões dos professores (cartas de recomendação) e participação do candidato em atividades extracurriculares. Também entram na conta aspectos mais subjetivos, como se o perfil do estudante encaixa-se na cultura da universidade. Cada instituição dá um peso diferente para cada item, e isso pode variar de acordo com o país escolhido. Fique atento!

Pesquise bastante sobre as instituições de ensino que lhe interessam. Veja a opinião de quem estuda no local.

IstokO primeiro passo é refletir sobre o que você quer da universidade e entender o que cada instituição tem a oferecer. Comece o processo com um brainstorm, perguntando para si mesmo coisas como: “o que eu gosto de fazer?”, “com quais formatos de aula compreendo melhor o conteúdo?”, “o que quero no futuro?” e “o que eu gosto de fazer no meu tempo livre?”.

Nessa fase, é muito importante entender quais universidades podem oferecer o tipo de experiência desejado por você. Sugerimos dividir sua pesquisa em três áreas diferentes: disponibilidade de bolsas de estudos, aspectos acadêmicos e oportunidades acadêmicas disponíveis na instituição, como laboratórios, intercâmbios e estágios.

Monte uma lista das universidades que deseja, levando em consideração apoio financeiro e chances de admissão.

IstokO roteiro deve ser bem pensado, incluindo seis a 12 faculdades com as quais você tenha mais afinidade e levando em conta, também, o lado financeiro de cada uma. Assim, você poderá comparar as oportunidades de apoio financeiro entre essas instituições e avaliar as chances para ser admitido. Tenha certeza de que a sua lista não é composta apenas por universidades muito competitivas, pois as menos conhecidas podem oferecer uma experiência acadêmica excelente e inusitada.

Faça uma boa carta de apresentação, ela é a sua chave de entrada.

Mesmo que a escrita não seja o seu forte, todos nós temos uma história interessante para contar. Esta é a sua chance! Você deve escrever um texto mostrando seus interesses e como pode contribuir com a comunidade acadêmica daquela instituição.

Torne-se memorável usando a sua originalidade. Evite clichês como viagens para países estrangeiros e trabalho voluntário. É necessário transmitir apenas uma ideia, um único ponto, então seja objetivo e explore suas capacidades.

Esteja ciente dos desafios envolvidos em estudar fora. Prepare-se para ser resiliente e enfrentar os perrengues.

IstokEncarar um novo ambiente e uma nova cultura é sempre desafiador. Dificuldades com o lugar, o clima e a maneira de socializar das novas pessoas podem acontecer, no início de seu aprendizado no exterior. Lembre-se disso: não é só você, como brasileiro, que está enfrentando esse desafio, já que todos os calouros estão se adaptando a uma nova rotina de vida e estudos.

Com a internet e os diversos canais de comunicação, o sofrimento com a saudade de familiares é reduzido. Nos primeiros dias, as redes sociais serão suas melhores amigas.

O que diz quem já foi?

Caliméria do Carmo, 22 anos, estudante de geologia

“Escolhi a França porque eu queria aprender outra língua e por ter um dos menores custos de vida da Europa (além das comidinhas maravilhosas). Lá, as universidades são públicas, é necessário pagar apenas a inscrição anual e um ‘seguro saúde’ para ingressar na faculdade. É aconselhável, além disso, contratar um plano de saúde – que não é caro, e muitos reembolsam até remédios e óculos de grau. Há uma série de descontos para estudantes na França, inclusive nos meios de transporte, e o governo também nos ajuda com os custos de moradia.

A fase de pesquisa é essencial para um intercâmbio. Todas as universidades disponibilizam na internet informações sobre os cursos oferecidos. É importante olhar em cada uma se são ofertadas as disciplinas por que se tem maior interesse, de acordo com a área pretendida.

Muitas universidades exigem certo nível de proficiência na língua do país e um teste que o comprove. Esses testes, como o IELTS, para o inglês, e o DALF, para o francês, têm datas definidas no Brasil. É preciso ter atenção e não deixar para fazê-los na última hora.

Prepare tudo com antecedência. Para alguns auxílios do governo francês, por exemplo, funcionários exigem a tradução juramentada da sua certidão de nascimento. Leve todos os documentos necessários. Algo que comprove sua inscrição na universidade é importante, pois eles podem pedir isso no aeroporto. Muitos remédios vendidos no Brasil não possuem equivalente em outros países, mas é possível levar a quantidade suficiente para o período do intercâmbio, se você tiver uma receita.”

 

Samuel Lima de Oliveira, 23 anos, estudante de medicina

“Estudo na Universidade Nacional de Rosário, na Argentina, mais especificamente na província de Santa Fé. Pelo fato de o país ser do Mercosul, o ingresso é mais fácil, uma das questões que me motivaram na escolha.

Há uma burocracia em relação à documentação e à revalidação dos títulos de nível escolar do Brasil. Eu nunca tive problema para ingressar e para me manter no país, porém já tive colegas, até de distintos países, que foram barrados no aeroporto por possuírem apenas passagem de ida.

Faz um ano que vivo aqui, e o mais difícil é a distância da família. Uma sensação dolorosa, mas é fascinante ter a oportunidade de conhecer novas pessoas, uma nova cultura e até uma nova maneira de interpretar nossos meios sociais.

Vivo em um país que me fez perder o costume de utilizar despertadores, afinal estou em plena realização de um sonho!”

 

Dominique Ramos, 21 anos, estudante de farmácia

“A França é um país com alto investimento em pesquisa e inovação na área farmacêutica – que eu já estudava no Brasil. Por isso, escolhi viver um ano em Paris, durante minha graduação. E foi maravilhoso!

Ir para um intercâmbio requer todo um preparo: tanto de documentação quanto psicológico. É preciso estar preparado para uma imersão cultural completa e saber lidar com todo tipo de adversidades que você possa vir a encontrar. É difícil deixar amigos e família para trás, mas com certeza recompensa pelas experiências que você vai viver.

O ano que passei lá me ajudou a crescer, tanto pessoalmente, por me conhecer melhor, quanto, claro, profissionalmente. Fui aceita para realizar um mestrado, enquanto estava no meio de uma graduação. Isso tornou os estudos bem mais difíceis. Em compensação, fiz estágio num dos institutos de pesquisa mais reconhecidos da França. Voltei renovada, meu leque de oportunidades se abriu muito, e meus contatos se expandiram.

Conheci várias pessoas de diferentes áreas e pesquisadores que, com certeza, irão fazer (e já estão fazendo) a diferença ao longo da minha carreira. Foi uma experiência que eu recomendo para todo mundo ter, pelo menos uma vez na vida!”

  • Quer se preparar para o intercâmbio?
  • O período de pré-inscrições para o Prep está aberto. Totalmente gratuito e online, o curso oferece mentores individuais e é voltado para quem deseja estudar no exterior. Natália Bustamante, editora do Portal Estudar Fora, convida os jovens a participar do processo de seleção.
  • “Os estudantes do último ano do ensino médio ou recém-formados têm no Prep uma oportunidade para concretizar o sonho de fazer uma graduação nas melhores universidade do mundo. Oferecemos todo apoio via e-mail, Skype e telefone, além de possíveis encontros presenciais. Os alunos são preparados com experiências de jovens que já estão estudando em instituições de excelência”, afirma.

Para conhecer mais sobre o curso ou participar da seleção, clique aqui.

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