Qualidade do ensino remoto é reprovada por 72,6% dos alunos, diz pesquisa
Resultado é de levantamento inédito realizado pela Associação Brasileira de Educação a Distância (Abed) entre agosto e setembro deste ano
atualizado
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Pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Educação a Distância (Abed) aponta que mais de 72% dos estudantes reprovam a qualidade do ensino remoto obrigatório em função da pandemia do novo coronavírus.
O estudo inédito ouviu a opinião de mais de 5,5 mil estudantes, professores e responsáveis entre 24 de agosto e 15 de setembro.
Segundo o levantamento, do total de entrevistados, 20% afirmaram que a qualidade se manteve e apenas 7% notaram uma melhora na qualidade do ensino remoto no comparativo com a modalidade presencial.
Os estudantes relatam que, entre os principais obstáculos ao ensino virtual, estão a dificuldade em estabelecer e organizar a rotina diária e o fato de as escolas mandarem muitos materiais em curto espaço de tempo.
A má qualidade da internet brasileira também foi pedra no sapato dos alunos ao longo do ano letivo.
Perfil do entrevistado
Mais de 92% dos entrevistados pela pesquisa são estudantes de escolas pública do país, sendo 76,85% alunos do ensino médio. O estudo aponta que 72% afirmaram que a família ou algum parente próximo recebeu auxílio emergencial durante a pandemia.
Quando se trata do acesso à internet, 63,53% responderam ter banda larga ilimitada e 25,8% disseram usar de terceiros.
No que se refere às atividades remotas, 60,5% afirmam ter participado de quase todas as atividades do gênero na escola, porém 72,61% consideram que a situação piorou se comparada à das aulas presenciais. O uso de smartphone para acesso foi apontado por 91% dos jovens.
Questionados sobre um possível retorno das atividades presenciais, 68% responderam que são a favor desde que haja uma vacina contra Covid-19 disponível. Outros 6,73% querem voltar logo e 24,45% aguardam a queda gradual dos casos de coronavírus para retornarem.
Ampliação do EaD
Recentemente, o Conselho Nacional de Educação (CNE) aprovou resolução que autoriza a ampliação do ensino remoto até dezembro de 2021. A medida é válida para os ensinos básicos e superior, mas é facultativa.
O texto ainda prevê que as redes de ensino adotem flexibilidade nas avaliações. A entidade pede que os critérios de aprovação dos alunos sejam redefinidos. Alunos não devem ser reprovados no período.
O conselho sugere que as unidades educacionais promovam uma avaliação ao fim de 2021 que permitirá ao estudante pular até duas séries na escola.
Já os estudantes do terceiro ano poderão, se tiverem vontade, realizar a série mais uma vez. O objetivo é garantir que o aluno se forme sem que haja prejuízo à aprendizagem.