Professores tendem a identificar negros como mais agressivos, diz pesquisa
Os dados podem justificar o fato de que a evasão escolar é maior em casos de estudantes negros, de acordo com o levantamento
atualizado
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Uma pesquisa publicada pela Universidade da Carolina do Norte (UNC), nos Estados Unidos, mostra que os professores têm maior predisposição a identificar emoções negativas, como raiva ou agressividade, em crianças negras em relação a brancas. Os dados também apontam que, se a emoção não for corretamente identificada, a tendência é o destrato aos negros, em razão da cor da pele.
O estudo entrevistou 178 professores, de maioria feminina e branca. Em um vídeo, crianças exibiam expressões faciais com diferentes emoções. No caso dos negros, a possibilidade de má interpretação é de 36% maior do que nos casos de alunos brancos. Nas ocorrências de meninas negras, a diferença chega a 74%.
Os pesquisadores observaram, ainda, que os profissionais que mais cometeram erros eram justamente os que tratavam melhor os alunos brancos. Tal análise é uma das explicações para a evasão escolar ser maior em estudantes negros.
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), entre os negros, 44,2% dos homens e 33,3% das mulheres não concluíram o ensino médio em 2018. O cenário é bem diferente da realidade branca, em que 5,9% entre homens e 18,8% das mulheres não finalizaram os estudos.
De acordo com pesquisa da Fundação Roberto Marinho e do Insper, custa cerca de R$ 90 mil para um aluno concluir os 14 anos da educação básica. Já a evasão gera perdas de R$ 372 mil ao ano.