Presidente da OAB critica decisão do MEC: “estelionato educacional”
O Ministério da Educação autorizou, nesta quarta (16), a contratação de 1.205 professores e técnicos administrativos
atualizado
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O presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Claudio Lamachia, criticou decisão do Ministério da Educação (MEC), divulgada nesta quarta-feira (16/5), de anunciar contratação de 1.205 professores e técnicos administrativos. Segundo Lamachia, a autorização das vagas “permite que o estelionato educacional se perpetue no país”.
De acordo com Lamachia, a abertura de vagas dá a falsa impressão de que há um positivo avanço social rumo ao ensino superior de qualidade. “Na prática, o que ocorre é bem diferente. São milhares de jovens estudantes lesados pela baixíssima qualidade de cursos criados sem levar em conta critérios básicos como a necessidade social e a estrutura mínima para receber os dissentes”, pontuou.A sociedade brasileira novamente é atacada pelo MEC, que mais uma vez autoriza a abertura de milhares de vagas de cursos de direito sem que uma avaliação profunda seja feita, permitindo que o estelionato educacional se perpetue em nosso país
Claudio Lamachia, presidente da OAB
Lamachia associa a decisão de autorizar as vagas com interesses políticos. “A ampliação da oferta – uma valiosa moeda de troca, especialmente em período pré-eleitoral – fragiliza a boa formação dos alunos, o que resulta na enxurrada de profissionais diplomados e muitos sem condições de enfrentar a realidade de um mercado de trabalho competitivo ou mesmo de habilitar-se ao exercício da advocacia”, diz trecho da manifestação.
Segundo o presidente da OAB, o MEC precisa adotar uma política pública de fiscalização dos cursos existentes “para que os alunos deixem de ser vítimas de um verdadeiro estelionato promovido por instituições cujo interesse passa longe da qualidade da formação, mas prioritariamente pelo lucro”, finalizou.
Reforço nos quadros
As vagas anunciadas, de acordo com o Ministério da Educação, atenderão 32 institutos federais, dois centros federais de educação tecnológica e o Colégio Pedro II, no Rio de Janeiro. No total, serão abertas 1.205 novas oportunidades em todo o país, sendo 810 para professores e 395 destinadas a técnicos administrativos da área.