Preocupação com Enem suspendeu reforma do ensino médio, diz ministro
Camilo Santana explicou mudanças no ensino médio e no Enem durante presença na Comissão de Educação da Câmara dos Deputados
atualizado
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O ministro da Educação Camilo Santana explicou, nesta quarta-feira (12/4), que preocupações com o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2024 estavam entre as motivações para suspender a reforma do ensino médio. A fala aconteceu durante a participação do titular do Ministério da Educação (MEC) na Comissão de Educação da Câmara dos Deputados.
“Nós suspendemos o calendário de implementação deste ano, há poucos dias, porque estou muito preocupado com o Enem. Porque nós estamos tendo distorções, porque a aplicação do novo ensino médio tem diferenças entre estados, temos estados [que estão] mais avançados, estados que não conseguiram, [diferenças] entre [ensino] público e privado”, afirmou Camilo Santana.
A edição de 2024 do exame, utilizado por estudantes para ingresso no ensino superior, precisaria ser adaptada às mudanças no ensino médio. Em 5 de abril, o MEC suspendeu os prazos para a implementação da reforma.
Suspensão do novo ensino médio
De acordo com o texto, estão suspensos, por 60 dias, os prazos dispostos na portaria assinada pelo MEC em julho de 2021; nesse período, haverá “consulta pública para a avaliação e reestruturação da política nacional de ensino médio”. O documento de 2021, na verdade, não estipulava datas específicas, apenas mencionava metas anuais para implementação e cumprimento das etapas.
“Tem escolas que conseguem ofertar os itinerários, tem escola que não consegue, tem escola privada que tem capacidade de ofertar mais rapidamente. Então, a implementação no primeiro ano foi em 2022”, apontou Santana, apontando a pandemia em 2021 e 2020 como grande obstáculo.
De acordo com ele, a pandemia “não permitiu a formação de professores, não permitiu os investimentos necessários nas escolas, não houve diálogo com os estados. Neste ano já está implementando o segundo ano do novo ensino médio e no próximo ano já teríamos que ter um novo Enem”, relembrou Camilo.
“Há problema na execução da implementação do ensino médio, há distorções, há problema de informação, há a questão dos itinerários. Portanto, na minha visão e na visão do ministério, é abrir um amplo debate para ouvir todos, inclusive professores, educadores e alunos, para corrigir distorções e digo isso porque estou preocupado com o Enem”, continuou o ministro.
Camilo Santana afirmou que existem questionamentos que precisam ser resolvidos, e que não é possível prejudicar os jovens que farão o Enem no próximo ano.